Diante da saída de Pedro Parente do comando da Petrobras, aliados do presidente Michel Temer fizeram um mea culpa, reconhecendo que o governo errou na política de preços adotada no ano passado, e disseram que o episódio desta sexta-feira (1º) faz o saldo da crise dos combustíveis recair integralmente sobre o Palácio do Planalto.
Correligionários de Temer, que já vinham pedindo a cabeça de Parente desde o dia 21 de maio, quando começou a paralisação de 11 dias dos caminhoneiros em todo o país, reclamaram por, nas palavras de um deles, ter feito papel de trouxa e se desgastado à toa, já que, com a saída do presidente da Petrobras, vai crescer a pressão por uma mudança na política de preços dos combustíveis.
“Eu avisei antes a todos da bancada. Agora, ele sai por cima e será presidente da BRF, deixando no colo do governo o saldo integral da crise”, disse o deputado Newton Cardoso Junior (MDB-MG) no grupo de WhatsApp da bancada do partido de Temer.
Procurado, Cardoso Junior não se manifestou.
Um auxiliar do presidente disse que o governo errou ao não ter percebido antes que a política de preços da Petrobras era insustentável. Reclamou que Pedro Parente pensava a Petrobras como dirigente de uma empresa privada, deixando de lado o aspecto público da companhia de petróleo brasileira.
A defesa da mudança na política de preços não é um consenso no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse à reportagem não defender alteração, mas insistiu na tese de que é preciso uma compensação para a oscilação do preço do petróleo.
“O governo deveria ter uma política de redução de impostos quando o preço do petróleo sobe”, afirmou Maia. (Folhapress)
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