União Brasil e MDB negociam nacionalmente para a formação de uma federação, instrumento agora validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Goiás foi uma das arestas mais recentemente aparadas, quando o governador Ronaldo Caiado se aproximou de Daniel Vilela e deu a ele a vice da chapa majoritária para o pleito deste ano. Por isso, as lideranças de ambas as siglas torcem para que o enlace agora seja definitivo em todos os níveis.
De acordo com o ex-presidente do MDB Metropolitano e atual vice-presidente da Comissão de Transição, Carlos Júnior, o cenário em Goiás favorece a criação da federação.
“Nós já praticamente já estamos federalizados com o União Brasil. Estaremos com eles na chapa majoritária. A única coisa que vai mudar é que as chapas proporcionais serão em conjunto. O MDB vê isso de forma muito positiva, pois teremos mais força. O partido tem que ser o mais forte possível”, disse ao DG.
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O presidente metropolitano do União Brasil, Lívio Luciano, diz que ainda há arestas a serem aparadas em alguns estados, mas Goiás não é um deles. “Goiás não será problema para essa federação, assim como a maioria dos estados. A exemplo de Goiás, a grande maioria dos estados tem convergência entre União Brasil e MDB”, assinalou.
Lívio revela ainda que as pessoas com quem conversou estão animadas para a efetivação da federação e esta é a tendência, mas pondera. “É como partida de futebol: enquanto não termina, não pode se decretar o placar”, disse.
A aliança para a majoritária já está sacramentada, mas a federação traria ainda um casamento também na proporcional. Carlos Jr. faz cálculos ambiciosos e acredita que uma federação União Brasil-MDB poderia eleger 12 deputados federais, de 17, e 25 das 41 cadeiras da Assembleia Legislativa.
“A chapa do MDB já é para fazer até cinco. Você tem nomes muito competitivos nos dois quadros”, avalia.
Por outro lado, os dois partidos precisariam contar com desistências de pretensos candidatos. “A estratégia muda fatalmente. O próprio número de candidatos de cada uma das siglas será reduzido. Serão chapas unificadas, mas o número de candidatos permanece o mesmo de um partido sozinho”, lembrou Lívio Luciano. Para ele, a federação também teria maior poder de eleger deputados, tanto estaduais quanto federais.
Do lado do MDB, Carlos Jr. vê a chapa federal praticamente formada. Contudo, em prol da federação, ele acredita que pré-candidatos não se importariam em abrir mão da candidatura.
“Alguns companheiros teriam que abrir mão desse sonho momentâneo. Os dois partidos hoje (somados) têm 36, haveria um certo corte (para 18). Vários companheiros abririam mão, tenho certeza, para que a federação se concretize”, avaliou.