O candidato a vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) tem pregado o diálogo e a conciliação com setores resistentes à sua chapa com o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o setor do agronegócio. Questionado, nesta quarta-feira (21/09) sobre como seria o diálogo com o segmento, o ex-governador de São Paulo usou a memória dos governos petistas para minimizar as devidas resistências.

“O presidente Lula já foi presidente, já foi. E foi muito bem sucedido. Eu vou te dar um exemplo: eu sou do agro, sou pequeno proprietário mas eu sou. Eu ouvi de um amigo agora, semana passada, no tempo do Lula, o trator, os equipamentos, era 3,5% a taxa de juros. Hoje varia de 12,5% a 16,5%”, disse antes do ato em torno de sua candidatura em Goiânia.

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Para o candidato a vice, o diálogo deve ser objetivo e Lula provou ter sido um bom presidente ao setor. “Aquilo que interessa que é crédito agrícola seja o plano safra para a produção ou a modernização dos equipamentos, armazéns, infra-estrutura, tratores, os juros eram infinitamente mais baratos”, ponderou.

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Tem espaço até para o MST

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O ex-governador, inclusive, disse que nesse núcleo produtivo, há espaço até para um Movimento que causa temor em setores agropecuários – O MST. “Eu acabei de participar de uma inauguração de assentados do MST em Andradina, em São Paulo, de assentados. Cada um produz oitenta litros de leite, junta tudo numa cooperativa,chama Cohapar e é uma indústria que produz queijo, leite, iogurte e manteiga. Cabe todo o mundo”, pontuou. 

“Cabe ao pequeno produzindo com cooperativismo criando com sua família e em grande escala, a produção da soja, algodão e da proteína animal. Cabe todo o mundo. A política não é ódio nem violência. Não é matar o que pensa diferente de você. Política é arte e ciência ao encontro do bem comum”, complementou ao destacar a importância de conviver com quem pensa diferente.

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Alemanha fez conciliação: direita e esquerda governaram juntos

Alckmin usou o exemplo da Alemanha para citar um país em que esquerda e direita governaram juntos. Em suas palavras, isso provocou um ‘salto’ no país. “Quando a gente faz uma conciliação, o país anda mais. Alemanha. Angela Merkel mais à direita. Democrata-cristã. Se elege chanceler, convida o [Olaf] Scholz, social-democracia, esquerda alemã, para compor o governo”, pontuou. 

Olaf Scholz é o atual chanceler da Alemanha, substituindo a própria Merkel, mas foi  ministro da Economia e vice-chanceler da Alemanha durante muito tempo. “Sempre que você faz um diálogo e conciliação, nós queremos ouvir todo o mundo. O agro, a indústria, o comércio, o turismo, o sindicato, a Universidade. Os profissionais liberais. Vamos errar menos. Quanto mais você ouvir, mais você vai acertar.”, pontuou. 

“O que o presidente Lula tem dito: na primeira semana, eu quero chamar os 27 governadores eleitos, para discutir os projetos. Precisamos recuperar o planejamento no Brasil e ter bons projetos. Sobra liquidez no mundo e precisamos atrair esses investimentos”, destacou.

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