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Em feito histórico, Kim Jong-un cruza divisa para cúpula com sul-coreano

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, cruzou nesta sexta-feira (27) a zona desmilitarizada para se reunir com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, a quem cumprimentou ao chegar na vila de Panmunjom.

O gesto, no marco da primeira cúpula dos dois países em 11 anos, é histórico, já que se trata da primeira vez em que um líder norte-coreano atravessa a divisa desde a cisão depois da Guerra da Coreia (1950-1953).

Os dois se encontraram às 9h20 locais (21h20 de quinta em Brasília) no corredor do complexo, que tem casas azuis usadas nas negociações intercoreanas, e trocaram apertos de mão antes de Kim cruzar para o outro lado.

“Fico feliz em conhecê-lo”, disse o presidente sul-coreano ao colega do país vizinho. Na saudação, em que ambos sorriam, Moon também pisou por alguns minutos o território norte-coreano.

Os líderes foram acompanhados por uma banda militar até a Casa de Paz, onde se assinou o armistício. No livro de entrada, Kim escreveu: “Uma nova história começa agora, o ponto de partida da história e de uma era de paz.”

Também posaram para fotos antes de entrar em uma sala, onde fizeram declarações rápidas à imprensa antes de iniciarem a etapa das negociações de portas fechadas.

Esta é a primeira reunião entre os mandatários dos dois países que se realiza do lado sul-coreano. Em 2000 e 2007 os sul-coreanos Kim Dae-jung e Roh Moo-hyun se encontraram com Kim Jong-il, pai de Jong-un, em Pyongyang.

O principal ponto da negociação é o programa nuclear da Coreia do Norte. O regime comunista diz ter interesse na desnuclearização da península Coreana e se comprometeu no sábado (21) a não realizar mais testes atômicos.

Também deverão ser avaliados os detalhes para a cúpula de Kim com o presidente dos EUA, Donald Trump, prevista para ocorrer no final de maio ou em junho -a Coreia do Sul foi a intermediária do diálogo com a Casa Branca.

NEGOCIAÇÕES

A cúpula sela a retomada das negociações entre os dois países, iniciada em 1º de janeiro por Kim após um 2017 em que o regime fez o mais potente de seus testes nucleares e lançou um míssil de alcance intercontinental.

A série de testes preocupou Seul e elevou a retórica de Trump, que reforçou as tropas americanas na região, para Kim responder com novos testes e ataques verbais, elevando o risco de um conflito armado.

A primeira manifestação do ditador foi pelo envio de uma equipe aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang. Sua irmã, Kim Yo-yong, foi à abertura da competição, em que as delegações das Coreias entraram juntas.

Porém, o chefe de gabinete sul-coreano, Im Jong-seok, disse que a negociação será difícil. “Chegar a um acordo em um momento em que os programas estão tão avançados será diferente do tipo de acordos dos anos 1990 e 2000.”

O regime pede garantias, que não foram especificadas, para se desfazer do arsenal. No passado, a Coreia do Norte usava a palavra desnuclearização para se referir à saída das tropas americanas da península Coreana.

Nesta quinta (26), Trump disse que ainda não está claro se haverá encontro dele com Kim. “Poderia ser que essa reunião não chegue a se realizar. Quem sabe. Mas eu posso dizer agora que eles querem se reunir conosco.”

Horas depois, a Casa Branca divulgou duas fotos do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, quando ainda era o diretor da CIA (a agência de inteligência americana) apertando a mão de Kim Jong-un em Pyongyang.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A REUNIÃO

Onde acontece a reunião?

Os líderes devem se encontrar em um complexo na Zona Desmilitarizada, na fronteira entre as duas Coreias, próxima à cidade de Panmunjon (no Sul), em uma área criada para tratativas diplomáticas entre os países. 

Por que é tão importante?

As Coreias continuam tecnicamente em guerra. Em 1953, após três anos de conflito, foi assinado um armistício (espécie de cessar-fogo). Esta será a primeira vez que um líder norte-coreano atravessa a fronteira ao sul. 

O que pode ser decidido?

A expectativa é que se inicie o diálogo por um acordo de paz,o que contribuiria para negociações do fim do programa nuclear do Norte.

Charlie Pereira

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