Uma das bandas que ajudaram a cristalizar os clichês do rock dos anos 1980, o Def Leppard mostrou uma boa parte deles em seu show no palco Mundo, na noite desta quinta (21).
Melodias assobiáveis? Teve. Refrães curtos facilmente cantaroláveis? Também. Loiros cabeludos? Confere. Pose e estilo de roqueiro velha guarda? Yes.
Liderados pelo vocalista Joe Elliot -um dos membros originais da banda, ao lado do baterista de um braço só, Rick Allen-, os ingleses entraram em cena às 22h30, ao som de “Let’s Go”, uma de suas muitas canções calcadas em riffs marcantes de guitarra, a cargo de Phil Collen, um senhor prestes a completar 60 anos, mas com um corpo musculoso que ele exibia sem camiseta.
O repertório, como seria de se supor, privilegiou o principal disco da banda, “Hysteria” (1987), de onde saíram canções como a faixa-título, a balada “Love Bites” (que ganhou versão nacional em trilha de novela, “Mordida de Amor”, a cargo do Yahoo) e “Pour Some Sugar on Me”.
A vinda do Leppard ao Rock in Rio fecha um buraco que foi aberto na primeira edição do festival, em 1985, quando os ingleses estavam escalados para tocar. Semanas antes, no entanto, no último dia de 1984, o baterista Allen sofreu um acidente de carro que lhe custou a amputação do braço esquerdo.
O rock datado, mas bem feito, dos ingleses não chegou exatamente a incendiar a plateia, mas serviu de bom entretenimento para aguardar a principal atração da noite, o Aerosmith -que entraria em cena na sequência, para encerrar um dia em que o rock finalmente se fez ouvir no festival, ainda que com uma maioria de estrelas da velha guarda. (Folhapress)