No dia em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deve definir seu destino político, o presidente Michel Temer participou de solenidade nesta sexta-feira (9) ao som do “toque da vitória”.
A saudação militar foi realizada durante cerimônia no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília e feita no momento em que, a menos de seis quilômetros do local, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin fazia a leitura de relatório do processo de cassação do peemedebista.
A expectativa do presidente é de que o julgamento se encerre nesta sexta-feira (9) com um placar de 4 a 3 pela sua manutenção no cargo. Em conversas reservadas, ele classificou uma eventual vitória como oportunidade de “virar o jogo” e de arrefecer a atual crise política.
Temer, no entanto, manifestou preocupação com a possibilidade do PSDB, principal fiador da gestão peemedebista, sair do campo governista. Na avaliação dele, o desembarque, que poderá ser definido na próxima segunda-feira (12), causaria um esfacelamento da base aliada.
Em discurso nesta sexta-feira (9), durante a cerimônia pelo aniversário de 152 anos da batalha naval do Riachuelo, o comandante da Marinha, Eduardo Bacellar, afirmou que o país está “assolado por crise profunda e multifacetada” que ameaça “destruir o sonho de grande nação”.
“[Mas] haveremos de vencê-la, eliminando posturas arcaicas e lutas que nos paralisam e dividem”, acrescentou.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, evitou comentar o julgamento na Justiça Eleitoral, mas disse que conversou com o ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy, e que a tendência é de que o PSDB permaneça na base do governo.
“Ele me disse que, após numerosas conversas, a tendência efetivamente do PSDB é a continuidade na base do governo”, afirmou.
O ministro reconheceu que houve atraso para finalização da reforma previdenciária para militares, cuja expectativa é de que ficasse pronta em maio. Segundo ele, agora ela deve ser apresentada em junho.
“Mesmo com um atraso, quero transmitir que ela caminha muitíssimo bem. E temos condições, creio eu, de encerrá-la em junho”, disse.
Na tentativa de garantir sua sobrevivência no cargo, o presidente decidiu adiar todas as reformas governistas e mobilizar a base aliada para evitar seu afastamento temporário do cargo.
A ordem é deixar neste momento tanto a reforma previdenciária como a reforma trabalhista para o segundo semestre e aguardar a apresentação pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de denúncia contra o presidente. (Folhapress)
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