Foram cerca de dez horas de depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, em que ele continuou dizendo o mesmo: não sabe quem é o autor da “minuta do golpe”. Ele chegou a dizer que não colocou a pasta com o decreto na estante e que “acredita que possa ter sido sua funcionária ao arrumar a casa”.
Torres foi ouvido no 4° batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), nesta quinta-feira (02), com a presença da Polícia Federal e de integrantes da PGR, onde passaram o dia e parte da noite.
Em resumo, o que foi divulgado pelo G1 e pela CNN, o ex-ministro disse que era um documento “sem viabilidade jurídica”, tecnicamente “muito ruim, com erros de português, sem fundamento legal” e que ele nunca levou ao conhecimento do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na parte da ata do depoimento, onde ele coloca a culpa na empregada por colocar a minuta do golpe na estante, ainda consta: “Que considera a minuta do decreto totalmente descartável; que se tratava de um documento sem viabilidade jurídica; que não foi o declarante que colocou a pasta com o decreto na estante e que acredita que possa ter sido sua funcionária ao arrumar a casa; que não é por ter sido encontrado na estante é que teria importância; que na verdade já era para ter sido descartado”.
Já em relação aos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, Anderson Torres afirmou que assinou o plano de ações elaborados pela PMDF e que a segurança não aconteceu como devia por que não cumpriram o plano como deveriam.
De acordo com o ex-ministro de Bolsonaro, se o plano tivesse sido cumprido da forma correta, “como ele afirmou que deveria ser”, as depredações das praças dos Três Poderes, “jamais aconteceriam”. Ainda sobre o assunto, Torres disse que jamais teria viajado se soubesse que os atos chegariam a este ponto.
Os acampamentos de manifestantes pró Bolsonaro também entraram na pauta do depoimento. De acordo com o que foi divulgado pelos veículos de comunicação nacionais, Torres afirmou que os golpistas estavam em área militar, cabendo ao comando do exército e as secretarias de segurança dos estados agirem de acordo com suas atribuições e que não cabia atuação do Ministério da Justiça.