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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Em crise, COB corta funcionários por economia de R$ 5 milhões ao ano

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Desde que assumiu a presidência do COB (Comitê Olímpico do Brasil) em definitivo, em 11 de outubro, Paulo Wanderley Teixeira impôs uma política de redução de gastos que já resultou na demissão de 23 funcionários.

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Entre eles estão alguns dos principais líderes da entidade na gestão Carlos Arthur Nuzman, que perdurou de 1995 a outubro passado.

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Com as medidas, o comitê prevê uma economia superior a R$ 5 milhões ao ano.

Somente na última sexta-feira (24), foram 19 cortes feitos na sede que fica no Rio.

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Foram desligados profissionais de várias áreas, como eventos e secretariado.

O objetivo foi aliviar a folha de pagamento com a dispensa de contratados com mais tempo de casa.

“Promovemos uma reestruturação porque o COB precisa se adequar à realidade. O enxugamento [de pessoal] é de ordens quantitativa e financeira”, afirmou Wanderley à reportagem.

Em 45 dias, três dos cargos mais altos da hierarquia ficaram vagos.

O general Augusto Heleno, que era diretor do Instituto Olímpico e do departamento de comunicação e educação corporativa, saiu assim que Wanderley ascendeu ao posto de mandatário após renúncia de Nuzman, que chegou a ser preso pela Polícia Federal por suspeita de ser “ponte” em esquema de compra de votos para eleger o Rio sede da Olimpíada de 2016.

Ex-comandante de tropas brasileiras no Haiti, Heleno recebia mensalmente quase R$ 56 mil no COB -valores revelados pela ESPN e confirmados pela reportagem.

Em novembro, depois que Wanderley passou a comandar o dia a dia do órgão, os dois dirigentes que tinham os mais altos salários do organograma foram desligados.

Primeiro foi o secretário-geral Sérgio Lobo, que recebia R$ 88,2 mil e era funcionário desde 2002.

Em seguida, quem caiu foi o ex-atleta Agberto Guimarães, cuja saída foi anunciada pelo comitê na última quinta-feira (23).

Guimarães já tivera outras passagens pelo COB, mas, nesta última, ocupava desde outubro de 2016 o cargo de diretor-executivo de esportes.

O dirigente ganhava cerca de R$ 75 mil mensais. Muito próximo de Nuzman, ele foi diretor de esportes no comitê organizador da Olimpíada.

Segundo Wanderley, outras demissões ainda devem ser efetuadas para conter as despesas com pessoal. A entidade tinha, recentemente, cerca de 200 funcionários.

“O número de cortes será expressivo”, disse Wanderley. Apesar disso, ele afirmou que não eliminará os postos.

Um diretor de esportes interino será anunciado nos próximos dias, na vaga de Guimarães. “Será uma solução doméstica. Por ora, promoveremos alguém da casa.”

O cargo de secretário-geral, que pertencia a Lobo, será rebatizado como diretor-geral. Ainda não há nomes engatilhados, segundo o presidente.

Paulo Wanderley afirmou à reportagem que pretende receber salário como presidente do COB, diferentemente do seu antecessor que abriu mão do valor.

ARROCHO

A redução drástica na folha de pagamento é a parte prioritária de uma política que atingiu outras rubricas.

O novo mandatário anunciou que a entidade deixará o prédio em que está baseada há mais de dez anos, na Av. das Américas, no Rio, e se mudará em até seis meses para o Parque Aquático Maria Lenk, no Parque Olímpico.

A instalação de esportes aquáticos já é administrada pelo COB, enquanto o aluguel da atual sede custa mais de R$ 300 mil ao mês aos cofres.

Outra contenção causou o adiamento do Prêmio Brasil Olímpico, festa anual que distribui distinções aos melhores atletas da temporada, geralmente em dezembro.

A cerimônia deve ser remarcada para o primeiro trimestre de 2018.

Após os Jogos do Rio, o COB perdeu os patrocinadores privados que tinha, como Bradesco, Nike e Nissan -que compartilhava com o comitê organizador da Rio-2016.

Desde então, fechou com a fornecedora de material esportivo Peak, da China. O comitê hoje se encontra dependente das verbas da Lei Piva, que determina que ele receba 1,7% do prêmio pago aos apostadores de todas as loterias federais.

Para 2017, por exemplo, o COB trabalhou com uma estimativa de receber R$ 210 milhões do repasse.

Ele geralmente retém uma fatia considerável para projetos próprios e gastos administrativos. O restante é dividido entre as confederações esportivas associadas e investido no esporte escolar e universitário -o que é exigido por lei.

(FOLHA PRESS)

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