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Categorias: Mundo
| Em 7 anos atrás

Em 48 horas, Emmanuel Macron perde 4 ministros acusados de corrupção

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O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira (21) a formação de seu novo governo, após ter perdido importantes aliados nos últimos dois dias.

O anúncio já estava programado, pois é de praxe que o presidente reformule o gabinete após as eleições legislativas, realizadas na sequência das presidenciais.

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Não houve, porém, grandes mudanças nos ministérios.

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Os anúncios foram ofuscados pela renúncia de quatro ministros durante as 48 horas anteriores, devido a suspeitas -que ainda não foram provadas- de corrupção.

Três deles representavam o MoDem (Movimento Democrático), formação de centro que apoiou a candidatura de Macron à Presidência.

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As renúncias foram resultado da acusação de que o MoDem empregou fundos do Parlamento Europeu para financiar seus cargos na França. Eles negam a denúncia.

Entre as baixas está a de François Bayrou, líder do partido, que deixou o cargo de ministro da Justiça na quarta. A ministra da Defesa havia se demitido na terça.

Comentando as saídas, o porta-voz do governo Macron, Christophe Castaner, afirmou à rádio Europe 1 que elas “simplificam as coisas”.

O MoDem e a República em Marcha! -o movimento do presidente- concorreram coligados nas eleições legislativas deste último dia 18.

Aliados, eles conquistaram 350 assentos na Assembleia Nacional francesa, composta de 577 cadeiras. Deles, 308 correspondem ao República em Marcha!, e 42, ao Movimento Democrático.

Como são necessários 289 deputados para ter a maioria parlamentar, Macron poderia governar mesmo sem contar com o apoio do MoDem. Mas ele nomeou dois de seus membros para o novo governo na quarta, em um importante gesto de aproximação.

EQUILÍBRIO

Apesar das dramáticas renúncias, haverá poucas mudanças no governo, que tinha sido constituído havia um mês pelo presidente.

O conservador Édouard Philippe mantém o cargo de premiê, e não há alterações em postos-chave. O socialista Gérard Collomb continua com a pasta de Interior e o socialista Jean-Yves Le Drian mantém o Ministério de Europa e Assuntos Externos.

O presidente distribuiu pastas a ministros de direita e de esquerda, na tentativa de cumprir com sua promessa de borrar as linhas entre as divisões partidárias. Integraram o governo também membros da sociedade civil.

As denúncias de corrupção são um tema bastante sensível na política francesa recente. Suspeitas de irregularidades desmontaram a campanha do conservador François Fillon, dos Republicanos, à Presidência. Antes disso, Fillon havia sido considerado o favorito ao cargo.

Os Republicanos serão a principal oposição a Macron na Assembleia Nacional após terem recebido 137 assentos nas legislativas do dia 18.

Mas o partido rachou nesta semana, com o anúncio da formação de um grupo parlamentar paralelo com entre 30 e 40 deputados conservadores. Eles se dispõem, ao contrário do restante dos deputados dos Republicanos, a apoiar parte das reformas liberais de Macron.

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