As eleições na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás estão previstas para ocorrer no dia 27 de novembro deste ano, Os pré-candidatos já começam a se movimentar, realizar as primeiras ações. O Diário de Goiás acompanha passo a passo o processo. O pré-candidato do grupo denominado OAB Forte, Flávio Buonaduce expõe sobre o que pensa nesta etapa que antecede as eleições. Para ele não há racha no grupo.
Repórter: Por que o senhor se decidiu colocar como pré-candidato?
Flávio Buonaduce: principal motivo pra me dispor a concorrer este cargo na presidência da Ordem é não aceitar mais a existência de casos em que colegas deixam de ser advogados por não conseguirem sobreviver da profissão. Não é raro na capital e no interior você se deparar com advogados que resolvem ser professores, corretores, chegam a sair da advocacia, sem remuneração mínima. Isto é uma adversidade que precisamos enfrentar. Se há uma saturação no mercado, isso não é motivo para a instituição ser omissa. Tenho que buscar como instituição não pode fechar os olhos para o problema, fortalecer a profissão, é pra isso que sou candidato.
Repórter: O senhor espera que estas eleições sejam acirradas assim como as últimas?
Flávio Buonaduce: Hoje nós temos na verdade uma certa polarização. Temos a nossa candidatura pelo grupo denominado OAB Forte e existe uma de oposição. Há uma terceira candidatura que está sendo posta, mas que ainda oficialmente não foi colocada, de um ex-desembargador que ele ainda pode sair como candidato. Eu vejo isto com muita naturalidade. Você ter pessoas valorosas tentando concorrer ao cargo da presidência da instituição mais importante do país é natural. Mostra que efetivamente é uma instituição que tem sua importância dentro da própria inserção do estado democrático e da manutenção da sociedade como um equilíbrio de paz social.
Repórter: A situação financeira será um dos principais temas neste processo eleitoral?
Flávio Buonaduce: Acredito que não. Neste aspecto, a instituição tem uma vida financeira equilibrada. Isso pode ser utilizado pela oposição, mas não existe nada que possa macular o equilíbrio financeiro da instituição. Até onde sabemos, é uma instituição equilibrada que tem honrado seus compromissos financeiros. Agora dentro de uma linha de entrada e saída de receita, cada administração dá o seu trato. Eu não sei se isso vai ser pauta das eleições, prefiro que a pauta seja propositiva, e os candidatos discutam através de boas propostas, boas soluções para os problemas do advogado.
Repórter: Os outros pré-candidatos ressaltam a apresentação de números feita pelo ex-vice-presidente Sebastião Macalé.
Flávio Buonaduce: Na verdade foi um equívoco de interpretação no balanço que é público das obrigações que a instituição tem assumido ao longo do tempo. É como se administra a vida privada, você tem uma receita e um ganho e este ganho tem que ser equalizado em cima das suas despesas. O que se faz na verdade em função de uma entrada de valores que é muito grande no início do ano, que é quando se recebe o pagamento da anuidade, boa parte dos advogados a pagam de forma parcelada, ao final do segundo semestre você tem uma queda da receita, os compromissos continuam os mesmos, por isso pode se lançar mãos de empréstimos para fazer esta equalização financeira dentro da instituição. Eu também acredito que foi um equívoco de interpretação naquele momento até pelo momento que se vivia no início do ano, uma substituição da presidência, da vice-presidência, os ânimos estavam muito acalorados. Mas não acredito e falo com muita tranquilidade que não existe esta crise.
Repórter: Como o senhor avalia a provável cisão do grupo OAB Forte?
Flávio Buonaduce: Não existe nenhum racha no grupo OAB Forte. A escolha do meu nome para representar este grupo se deu através de várias reuniões na capital e no interior, várias pessoas participaram desta discussão. Os principais líderes deste grupo, quem construiu a história do grupo OAB Forte participou da escolha e com muita humildade o meu nome foi escolhido como representante deste grupo. Agora se existem determinadas pessoas, um grupo que vai ser uma deflexão em relação ao projeto, não quer dizer que o projeto está rachado. Ao contrário. Alguém que entenda que a vontade do grupo através de um processo democrático de escolha não resolve os problemas e as vontades particulares que tenham que se afastem, é natural. O grupo está unido. Houve uma escolha normal como aconteceu em outras oportunidades passadas ao ponto de chegar a conclusão de que seria a melhor opção para representar o grupo e faço com orgulho.
Repórter: Uma reclamação feita pelo grupo oposicionista é a interferência política- partidária na Ordem. Como o senhor avalia este tipo de situação?
Flávio Buonaduce: Gostaria que indicassem o que aconteceu. Eles falam de ingerência. Da nossa parte entendemos que a figura do presidente deve ficar apartidária. A partir do momento em que opto por dirigir a instituição eu tenho que cumprir com aquele ônus até o último dia. Agora se alguém entende que a instituição foi usada para se aproximar do governo é preciso indicar qual é o fato concreto. Não simplesmente afirmar que teve isto sem ter qualquer respaldo ou fato concreto.
Repórter: E a filiação de Henrique Tibúrcio ao PSDB?
Flávio Buonaduce: Vejo com naturalidade. Se fizer um levantamento, boa parte dos advogados do estado de Goiás é filiada a algum partido. Isto é natural. Não sou filiado e nem me pretendo filiar. Na advocacia do interior é raro um advogado não ser filiado a um partido.