Elano se aposentou dos gramados no final de 2016. Despediu-se na partida de encerramento do Campeonato Brasileiro do ano passado atuando pouco mais de dez minutos diante do América-MG, na Vila Belmiro. Desde então, concentrou-se no trabalho como auxiliar e, neste sábado (4), fez a sua terceira partida como técnico (interino). Até aqui, 100% de aproveitamento: foram três vitórias, contra Botafogo, Atlético-PR e Atlético-MG.
Qual o segredo? O ex-jogador dá mérito aos atletas por “comprarem suas ideias”, mas admite que a amizade que tem com eles facilita o seu trabalho e assim pode até ajudar no bom desempenho do time dentro das quatro linhas.
“Facilita pelo relacionamento de amizade que eu tenho com eles [jogadores]. Há um, dois anos, eu ainda estava jogando com eles. Conheço todo mundo. Eu brinco: ‘Cuidado com o que estão fazendo que as coisas chegam em mim’. Eles passaram uma semana bem tranquila, com foco de treinamento, e o mérito é todo deles. Ontem [sexta-feira] ficamos até de madrugada no refeitório, vendo NBA, todo mundo contando piada”, afirmou Elano em entrevista coletiva.
Em sua reestreia como técnico do Santos, Elano evitou escalar a mesma equipe que vinha sendo utilizada por Levir Culpi, e inovou. Visando recuperar o DNA ofensivo que é característico da equipe da Vila Belmiro, escalou no ataque o jovem Arthur Gomes, que não vinha sendo aproveitado com o ex-técnico, e mandou a campo um time ofensivo. Deu certo. Foram inúmeras chances de gol criadas, com 15 finalizações. Fora isso, ainda mostrou estrela, já que Arthur marcou o seu primeiro gol no Campeonato Brasileiro, abrindo o placar na Vila Belmiro.
“Foram bons trabalhos [de Dorival Júnior e Levir Culpi], mas eu tenho a minha maneira de trabalhar, minhas ideias, meu perfil, e a partir do momento em que eu sou treinador, eu faço do meu jeito. Eu acredito naquilo que estou fazendo”, disse o treinador, que não deixou de dar importância aos trabalhos anteriores realizados pelos ex-técnicos. “Trabalhar com Dorival e Levir me deu uma bagagem para esse momento de hoje”, acrescentou.
Esta amizade citada por Elano foi inclusive utilizada por ele numa tentativa de recolocar Lucas Lima como um dos principais jogadores da equipe. Ao longo da semana, o treinador teve uma conversa com o meia, que terá seu contrato encerrado ao final desta temporada. O futuro do camisa 10 ainda é uma incógnita e é apontado como principal motivo para a queda de rendimento de Lucas Lima.
No último sábado, porém, o meia voltou a dar sinais de bom futebol. Além de cobrar o escanteio que originou o segundo gol do Santos, marcado por David Braz, Lucas Lima deu alguns passes que deixaram seus companheiros na cara do gol -um deles a Ricardo Oliveira, que perdeu gol cara a cara com Vitor.
“A conversa com o Lucas Lima foi simples e direta: em janeiro você vai, fica, vai para onde quiser, mas agora você está aqui. É simples. Ele deu três, quatro passes de gol. Ele é diferenciado, eu preciso contar com ele, e ele fez isso para mim hoje”, completou. (Folhapress)