O economista-chefe do Banco Mundial Paul Romer está deixando a instituição depois de apenas 15 meses no cargo, de acordo com o jornal “Financial Times”, que diz ter visto um comunicado aos funcionários.
Em uma mensagem enviada na quarta-feira, o presidente do banco, Jim Yong Kim, informou que Romer disse ter decidido abandonar “imediatamente” a posição e retornar à sua carreira como professor na Universidade de Nova York.
“Paul é um economista reconhecido e um indivíduo perspicaz, e tivemos muitas boas discussões sobre questões geopolíticas, urbanização e o futuro do trabalho. Agradeci a franqueza e a honestidade de Paul, e eu sei que ele lamenta as circunstâncias de sua partida”, disse Kim.
Recentemente, Romer esteve envolvido em discussões sobre mudanças metodológicas no estudo “Doing Business” que teriam levado a resultados enganosos.
O documento apresenta importante índice de competitividade de países para negócios, e as alterações teriam afetado especialmente a posição do Chile. mostrando uma menor competitividade no país durante o governo da socialista Michelle Bachelet (2014-2018).
A informação foi revelada ao jornal americano “The Wall Street Journal” pelo próprio Romer.
Mais tarde, porém, Romer recuou e afirmou não ter visto sinal de manipulação política no relatório. “Meus comentários deram a impressão de que eu suspeitava de manipulação ou viés político. Mas não foi o que eu quis dizer”, escreveu em seu blog pessoal.
De acordo com o “Financial Times”, havia atritos entre Romer e a equipe de economistas do banco quase desde que ele assumiu, em outubro de 2016. As disputas seriam percebidas em tudo, da forma como os relatórios do banco são escritos a questões sérias sobre metodologia.
O jornal diz ainda que Romer irritou funcionários com o que alguns dentro da instituição viram como sua “natureza abrasiva”. (Folhapress)