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Economia deve rever caminhos para enfrentar nova dinâmica populacional

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Nos próximos 20 anos, a população brasileira chegará ao ápice e então vai começar a diminuir. A afirmação é de uma pesquisa divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também prevê uma grande mudança na pirâmide etária do país.

De acordo com o levantamento, em 2060, 25% dos brasileiros, ou seja, um entre cada quatro cidadãos, terão mais de 65 anos. Por outro lado, o número de crianças até 15 anos será de 14,7%. Os dados do IBGE apontam para uma drástica alteração populacional que traz consigo mudanças socioeconômicas para o país.

Segundo o professor do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), no MBA Perícia e Auditoria Econômico-Financeira, Marcus Teodoro, a alteração da pirâmide  populacional indica que Previdência Social pode ser a grande dor de cabeça do governo. “Vai haver um aumento dos gastos da previdência. Teremos mais aposentados que pessoas ativas para pagá-la. Isso vai causar um impacto muito grande nas contas públicas”, destaca.

Embora seja o fator preponderante com o envelhecimento da população, a aposentadoria não é a única que terá que se adaptar para atender à nova pirâmide etária do Brasil. O professor Marcus Teodoro pontua que a indústria sofrerá várias alterações de consumo ao longo dos anos. “Deve haver um crescimento em gastos com saúde, em planos de saúde e alimentação saudável. Estabelecimentos como academia para idosos devem ganhar mais força”, argumenta.

“A indústria pet também pode se aproveitar desta dinâmica. Hoje, muitas pessoas já preferem ter animais de estimação do que filhos. Portanto, esse segmento pode apresentar grande crescimento nos próximos anos”, complementa o professor. Enquanto alguns ramos da economia crescem, outros podem ter retração. “A mobilidade urbana pode ser afetada. A medida que vão envelhecendo, as pessoas tendem a rodar menos com veículos. As pessoas tendem a ficar mais em casa e usar menos os carros, deixando o trânsito mais leve, ainda que no longo prazo e de forma suave ”, afirma o especialista.

Dependência do poder público

Fenômeno antigo em países desenvolvidos, como Japão e Alemanha, por exemplo, o envelhecimento populacional é uma realidade também prevista há anos no Brasil. As formas de lidar com este cenário, no entanto, devem ser bem diferentes. Nas nações ricas, as pessoas conseguem chegar à idade avançada sem muita dependência de políticas públicas. Para o professor Marcus Teodoro, a realidade brasileira é bem diferente. “Nos países em desenvolvimento como o Brasil, a dependência do governo é muito grande, como em saúde, previdência, educação, segurança e até lazer”, destaca.

Ainda segundo o especialista do IPOG, o país pode sofrer com o fenômeno. Ele ressalta que a tendência de envelhecimento e redução da população não é nova. Apesar disso, os governantes jamais se atentaram devidamente ao fenômeno. “Na nossa realidade é um fator preocupante. Não estamos preparados para isso. Não nós preparamos no passado e podemos pagar. Além disso, o país começou a ter uma estabilidade econômica há pouco mais de 24 anos, com a entrada em circulação do real. Países que não têm um tripé monetário controlado (inflação, juros e renda) sofrem muito mais do que os países que já superarem essa fase”, justifica.

Há ainda outras preocupações, como o preconceito com idosos no mercado de trabalho. No mundo desenvolvido, as pessoas com mais de 65 anos ocupam uma fatia importante do número de trabalhadores. No Brasil, a alteração da pirâmide etária pode levar a uma nova realidade nos postos de trabalhos a serem ocupados predominantemente pela população mais jovem.

Por outro lado, a inserção das pessoas mais velhas nas empresas ainda enfrenta resistência. “Há a ideia atrasada de que a pessoa idosa está ultrapassada. Teremos que quebrar muitos paradigmas para haver uma adaptação à realidade econômica, pois as pessoas mais maduras carregam consigo uma experiência que pode ser transformada em agregadora de valores tangíveis e intangíveis para o mercado de trabalho”, avalia o professor Marcus Teodoro.

Samuel Straiotto

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