O presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado de Goiás (Sindicarne), José Magno Pato, disse os frigoríficos estão trabalhando para reparar o dano causado no setor após a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada.
Em entrevista ao Diário de Goiás, Pato afirmou que a decisão da JBS em suspender, por três dias, a produção de carne bovina em 33 das 36 unidades da empresa no país, é uma estratégia para ver o comportamento do mercado. Segundo ele, a situação não é como foi apresentada inicialmente pela Polícia Federal, e que as carnes não estão estragadas.
De acordo com o presidente do Sindicarne, as alterações das carnes não significam problemas sanitários, e sim, de composição, o que, segundo ele, não representa perigo a saúde dos consumidores. “Houve uma precipitação em dar a notícia. A maioria dos frigoríficos suspeitos não são expressivos como exportadores. Não há problemas sanitários, as alterações foram na composição, mas não representa perigo a saúde, a carne não está toda estragada, não é isso”, disse José Magno.
Apesar de não estimar o prejuízo do setor, Pato afirmou que entre as preocupações está a demissão em massa de funcionários, caso não haja recuperação. De acordo com ele, os trabalhadores, bem como os médio e pequenos produtores estão desesperados, principalmente, porque a indústria frigorífica é pouco automatizada, e portanto, requer muita mão de obra humana.
Mesmo com o cenário desfavorável, o presidente do Sindicarne se disse otimista. “Eu sou otimista. A minha opinião pessoal é de que a China e a União Europeia devem retomar as importações, pelo menos parcialmente, em no máximo 40 dias. Eu acredito que o país é capaz de vence essa crise”, ressaltou ele.