“É muito pesado passar 7 anos à frente da prefeitura”, diz Paulo Garcia

No próximo sábado (31), termina o mandato do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT). Ele esteve quase sete anos à frente da administração municipal. Até o fim do exercício do cargo, o prefeito tentará diminuir os inúmeros buracos espalhados na cidade. Questionado sobre o lixo na cidade, o prefeito argumentou que o problema foi resolvido.

Questionado pelo Diário de Goiás se a retirada de caminhões por parte da empresa ITA poderia ser alguma ação política, o prefeito Paulo Garcia preferiu não responder. Destacou que os quase sete anos à frente da prefeitura foram pesados.

“Eu estou com uma visão muito otimista. Não gosto de remoer passado. Passado só serve pra gente fazer uma avaliação crítica e ter uma visão de futuro, de como deve construir as ações. Estou muito feliz de encerrar a administração. Não é fácil, é muito pesado passar 7 anos à frente da prefeitura, principalmente nos momentos que vivenciamos”, destacou.

Dívidas

O prefeito informou neste último mês, em algumas oportunidades, que deixará recursos em caixa para o sucessor dele, Iris Rezende. Ao ser perguntado sobre as dívidas que ficarão para Iris, como os 14 meses de atraso junto a empresa ITA, Paulo Garcia, disse que a poderá sair de cabeça erguida da administração.

“Eu talvez nós sejamos uma administração municipal que pode sair de cabeça erguida. Vou deixar alocados, já garantidos R$ 2 bilhões, para a próxima administração. Existem naturalmente dívidas fundadas, permanentes, que ficam para a próxima administração. Como eu as recebi, quem me suceder também receberá”, afirmou.

Lixo

Um dos problemas dos últimos dias em diferentes pontos da cidade foi a irregularidade na coleta de lixo. Em determinados pontos da cidade, caminhões ficaram mais de uma semana sem passar para recolher os resíduos. Paulo Garcia a ser questionado por uma jornalista, disse que ela estava desinformada. A profissional havia perguntado qual a solução para “a buraqueira e o lixo”.

O prefeito argumentou. Disse que a questão do lixo estava resolvida. Apresentou algumas justificativas. “Lixo nós não temos problema. Essa época de ano há um acumulo na produção de lixo, em todas as cidades brasileiras, particularmente na cidade de Goiânia, sinal da pujança econômica, apesar da crise que vivenciamos. Nós tivemos paralisação de um serviço de uma empresa contratada, na minha visão de forma equivocada”, declarou.

Sobre os buracos, destacou que há uma solução paliativa, mas o que gostaria mesmo era de trocar todo o asfalto da cidade. Ele disse que o empréstimo de US$ 100 milhões foi autorizado pelo Banco Andino.

“O tapa buraco, hoje o problema foi solucionado. Mais cedo, estávamos na pedreira carregando massa asfáltica. Nosso desejo é até domingo reverter grande parte do problema. O que eu queria mesmo era ter trocado todo o asfalto de Goiânia, porque ele é muito antigo. Tem bairros que têm mais de 40 anos de massa asfáltica. Não consegui, mas vou deixar para o próximo prefeito, e foi aprovado na CAF (Banco Andino) o empréstimo de R$ 100 milhões de dólares que dará para trocar boa parte do asfalto na cidade”, destacou.

Paulo Garcia acredita que o prefeito Iris Rezende dará continuidade no projeto de recapear a capa asfáltica da cidade.

“Acho que ele fará sim. Tenho admiração pelo seu passado, apesar de estarmos afastados do ponto de vista político, o meu desejo é de sucesso. Eu sou goianiense, não torço pelo quanto pior melhor não. Não sou dos políticos tradicionais que costumam denegrir a imagem dos outros para sobressair frente a coletividade. O meu desejo é de sucesso para todo mundo”, disse.

As declarações foram dadas durante inauguração de uma ponte no Setor Pedro Ludovico foi marcada por um clima de fim de festa. Não houve discurso, havia uma tenda montada, fincada num asfalto novinho. Poucos secretários presentes, poucos vereadores. Ocorreram reclamações.

Durante a entrevista com profissionais de imprensa, uma moradora reclamou da entrega da ponte e ainda dos buracos. Após a entrevista, o ex-deputado Mauro Rubem, filiado ao PT, mesmo partido de Paulo Garcia, cobrou do prefeito pagamentos para servidores na área da Saúde. O descerramento da placa foi bem discreto. O prefeito inaugurou a ponte, entrou no carro e foi embora.

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