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‘É difícil dizer não a um governador’, diz Eike sobre ceder jatos a Cabral

O empresário Eike Batista afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que era “difícil” negar um pedido feito por um governador, em referência ao empréstimo de jatos a Sérgio Cabral (PMDB).

Negociando delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), Eike não respondeu à maioria dos questionamentos do juiz Marcelo Bretas. Ele depôs no processo em que é acusado de pagar US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio.

Eike apenas tentou explicar a cessão de seus jatos ao peemedebista. Como a Folha de S.Paulo revelou em janeiro, o ex-governador e sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, fizeram 13 voos em aeronaves do empresário.

“Tinha três aeronaves e as pessoas sabiam que elas ficavam muito paradas. Muitas pessoas tinham a liberdade de fazer: ‘Posso usar o seu avião?’. E é difícil dizer não a um governador”, afirmou Eike, para logo depois ser orientado pelo advogado Fernando Martins a não falar mais.

A declaração é distinta da feita pelo próprio empresário em 2011, após a divulgação do empréstimo. Esta foi a última cessão e teve como destino Porto Seguro (BA), para o aniversário de Fernando Cavendish, dono da Delta. Na ocasião, um acidente de helicóptero que matou sete pessoas que acompanhavam Cabral revelou e interrompeu o uso particular dos jatos do empresário pelo ex-governador.

“Tive satisfação em ter colocado meu avião à disposição do governador Sérgio Cabral, que vem realizando seu trabalho com grande competência e determinação. Sou livre para escolher minhas amizades”, disse Eike em nota na ocasião.

O primeiro empréstimo ocorreu em 2009, duas semanas após uma viagem dos dois à China. Logo após a missão em busca de investimentos no Porto do Açu, o empresário afirmou que o via como “verdadeiro amigo”.

“Essa viagem os aproximou muito e ele já está [com] saudades”, diz e-mail de Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado como “testa de ferro” de Cabral, ao peemedebista relatando conversa com Eike. A mensagem foi identificada na quebra de sigilo dos investigados.

“O Eike me pede para te dizer que, independente da parceria de vocês profissional, hoje ele te vê como um verdadeiro amigo”, dizia o e-mail.

Eike também é acusado de ter repassado R$ 1 milhão de propina por meio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo. Ela disse que desconhecia o motivo do repasse, mas disse que seu ex-sócio, Sérgio Coelho, fez reuniões com executivos do grupo EBX.

O ex-braço-direito de Eike, Flávio Godinho, permaneceu em silêncio. Cabral ainda não foi ouvido. (Folhapress)

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Larissa Laudano

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