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Categorias: Mundo
| Em 7 anos atrás

É cedo para dizer que submarino esteja quase sem oxigênio, diz militar

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O capitão de Mar e Guerra da Marinha brasileira José Américo Alexandre Dias disse na tarde desta quarta-feira (22) que é cedo para dizer que o submarino argentino ARA San Juan está prestes a ficar sem oxigênio para a tripulação de 44 pessoas.

O submarino fez seu último contato na manhã da última quarta-feira (15), o que ensejou uma operação de busca com a participação de vários países. O Brasil dá apoio às operações com três navios da Marinha e dois aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).

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Segundo Dias, há diversos mecanismos que garantem oxigênio ao submarino, inclusive tanques para momentos de emergência. Ele falou em hipóteses, já que não se sabe ainda a condição atual do submarino, bem como o que o fez perder as comunicações com a superfície. Há a suspeita de que houve falha nas baterias utilizadas na propulsão do submarino.

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O submarino possui tanques de oxigênio para casos de emergência, como um incêndio a bordo. Há uma tubulação em que a tripulação pode conectar máscaras para respiração. Dias explicou que é possível também reduzir de forma sensível as operações humanas a fim de diminuir o consumo de oxigênio a bordo.

O navio tem diversas formas de se “reabastecer” de oxigênio para a tripulação. A principal delas é captação de ar na própria superfície. Os submarinos do tipo convencional -caso do equipamento argentino desaparecido- recarregam as baterias por meio de um sistema ativado quando ele sobe à superfície. Geralmente, durante esse processo ocorre a chamada “renovação atmosférica”, quando o oxigênio é captado acima do mar.

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Há também as chamadas “velas de oxigênio”, que são mecanismos semelhantes ao do snorkel no mergulho. Uma espécie de tubo é enviado à superfície para captar ar. Para isso, explicou Dias, é preciso que o submarino esteja a pelo menos quinze metros da superfície.

Não se sabe, contudo, se o navio está ou não preso no fundo do mar. Além dos tanques de emergência e das formas de buscar ar na superfície, existe ainda um procedimento químico para renovação do ar no submarino. Há produtos químicos que, a depender de seu manuseio, liberam oxigênio, caso do produto chamado “cal sodada”. Os submarinos possuem compartimentos e equipamentos que transformam a cal sodada em oxigênio.

“O submarino é um equipamento projetado para ficar oculto e por isso a dificuldade de rastreamento. Não é possível afirmar qual percentual de chance de salvamento neste momento, mas a esperança permanece. Também não dá para afirmar categoricamente que o oxigênio está prestes a terminar. São muitas variáveis envolvidas”, disse o capitão de Mar e Guerra.

Visita

A Marinha convidou jornalistas para visitar o submarino brasileiro S-32 Timbira, atracado em uma base naval em Niterói, na região metropolitana do Rio. O submarino não é igual ao argentino, mas seria da mesma classe e de fabricação alemã. Para acessar seu interior, é preciso descer por uma escada no casco superior do equipamento. As instalações são apertadas e os corredores, muito estreitos.

O submarino tem motores a diesel, que funcionam quando ele está na superfície e que carregam as baterias usadas nos sistemas e na propulsão quando equipamento está no fundo do mar. De acordo com Dias, a partir do momento em que o submarino for encontrado, será possível enviar “capsulas”, ou pequenos submarinos de resgate, que podem recompor os estoques de oxigênio.

O Brasil ajuda na operação de buscas com uma fragata equipada com sonar e um “telefone submarino”, capaz de acessar a frequência utilizada pelo equipamento desaparecido. O navio brasileiro possui tripulação de 34 socorristas, um médico e um enfermeiro, além de compartimentos com sala de cirurgia e equipamentos hospitalares.

Uma segunda embarcação, o navio polar Almirante Maximiano, possui um sonar de grande capacidade que mapeia o fundo do mar. Um terceiro navio, que está neste momento a caminho da Argentina, é o Navio de Socorro Submarino Felinto Perry, que possui as chamadas “cápsulas” que podem acessar o submarino no leito do oceano.

Apesar dos recursos extensos, eles só podem ser utilizados quando a localização do submarino for determinada. O oficial da Marinha Brasileira garantiu, contudo, que é cedo para dizer que a tripulação sofre risco de ficar sem oxigênio.

“O corpo humano tem certa capacidade de conviver com oxigênio limitado, como ocorre por exemplo com as população que vivem em altas altitudes e ar rarefeito. Também não dá para dizer se foi na quarta passada, quando houve o último contato, que o navio fez a sua última recomposição dos estoques de oxigênio”, disse.

Há também mecanismos que podem ser usados para tentar fazer o submarino subir à superfície. Os chamados tanques de lastro, que são compartimentos que são enchidos de água para fazer o equipamento descer ao fundo do mar, podem ser enchidos de ar para que o submarino flutue. Esses tipo de mecanismo é acionado manualmente e a Marinha brasileira ainda não tem informações do motivo pelo qual ele não foi utilizado ainda.

Uma outra forma seria evacuar a tripulação em trajes especiais de mergulho. Os tripulantes vestem uma espécie de escafandro moderno e uma parte do submarino é inundado com água do mar, expelindo os tripulantes por força da gravidade.

É um risco, no entanto, adotar a medida caso o submarino esteja em águas muito profundas. As pessoas podem morrer por conta da pressão atmosférica. “Com base na literatura disponível e nos treinamentos ao redor do mundo, é possível dizer que essa medida pode ser adotada em até 150 metros abaixo da superfície, sem garantia total de sucesso”, disse Dias. (Folhapress)

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