O Brasil garantiu mais uma medalha, dessa vez no vôlei de praia. Duda e Ana Patrícia venceram as australianas Mariafe Artacho e Taliqua Clancy, vice-campeãs olímpicas em Tóquio 2020, na semifinal e vão disputar o ouro nos Jogos Olímpicos. O próximo e último confronto no já icônico Estádio da Torre Eiffel será contra Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson, do Canadá, na grande decisão. A dupla número 1 do mundo é brasileira e vai disputar o ouro nos Jogos Olímpicos.
“Entendo os grandes desafios que a gente tem que enfrentar para estar aqui em busca de conquistá-la (a medalha), né? Então, passamos por muitos deles, falta um passinho, né, pra glória total, mas já vai ficar pra história tudo que a gente fez aqui”, disse Ana Patrícia.
“A gente trabalhou muito pra isso. Acho que devo tudo a parte psicológica, técnica, física, e a gente conseguiu demonstrar tudo ali dentro da quadra”, completou Duda. “Descansar, aproveitar, ser feliz nesse momento, estudar e amanhã a gente está de volta na final”, finalizou a atleta.
O jogo teve um gostinho de revanche, já que as australianas foram as algozes de Bárbara Seixas e Carol Solberg nas oitavas de final em Paris. Mesmo perdendo o primeiro set na competição, o primeiro por 22 a 20, Ana Patrícia e Duda não se abalaram e buscaram a virada com 21 a 15 no segundo e 15 a 12 no terceiro. O jogo durou 57 minutos, com 49 pontos sofridos pela dupla brasileira, bem acima da média da equipe até então que era de de 28,4 pontos sofridos e 35 minutos e 40 segundos de jogo.
A grande decisão será disputada nesta sexta-feira, 09, a partir das 17h30 no horário de Brasília.
O jogo
A dupla brasileira começou forçando o saque para cima das australianas, que respondiam tentando as largadas ou explorando o bloqueio de Ana Patrícia. A primeira parada apontou o placar de 8 a 4, depois de um erro de ataque de Clancy e um ace de Ana Patrícia.
Na volta da parada, Ana acabou errando dois ataques e o placar empatou em 10. Sem se abalar, a gigante brasileira virou mais uma bola para chegar ao 11.
A partir daí a partida foi se alterando entre empate e vantagem do Brasil no placar. Até que num bloqueio de Ana Patrícia, a vantagem aumentou para 14 a 12. Duda também entrou no jogo e num ataque fortíssimo colocou 16 a 13 no placar.
Num saque de Clancy, a linha balançou e a dupla brasileira pediu o desafio, que não foi concedido e as australianas encostaram de novo no placar: 16 a 15.
Dois ataques de Ana Patrícia recolaram a vantagem brasileiras no placar: 18 a 16. Mas a defesa voltou a funcionar, principalmente com Artacho, e as australianas empataram em 18 pontos.
Na volta do pedido de tempo da dupla brasileira, ponto de ataque de Duda. A recepção brasileira passou a ter problemas e as australianas passaram à frente pela primeira vez na partida: 20 a 19. Também dessa maneira, Mariafe conseguiu o 22º ponto da Austrália para fechar o primeiro set em 22 a 20.
No segundo set, um jogo de alto nível, com as duas duplas usando diferentes opções – largadas, paralelas, diagonais – para conseguirem confirmar seus pontos. Num erro de ataque de Clancy, que tentou explorar o bloqueio de Ana Patrícia, o Brasil passou à frente no placar pela primeira vez: 5 a 4.
Ana Patrícia seguiu soltando o braço, enquanto Duda usou toda a sua técnica para marcar o 7º ponto do Brasil colocando a bola no fundo da quadra adversária enquanto voava para defender. Um ponto que gerou um grito de “uau” das arquibancadas.
A tônica do time brasileiro seguia a mesma. Bom saque de Duda dificultando a recepção das adversárias e Ana Patrícia finalizando os pontos. 9 a 6 pro Brasil.
O bloqueio de Ana Patrícia começou a funcionar e o Brasil abriu quatro pontos, a maior vantagem do set até então: 13 a 9.
Artacho tentou um saque curto, mas a recepção funcionou e Duda conseguiu o 16º ponto brasileiro numa paralela curta. 16 a 11.
Um bloqueio de Taliqua sobre Ana Patrícia que acabou indo pra fora gerou polêmica. A arbitragem entendeu que tocou na brasileira antes de sair e as australianas encostaram no placar 16 a 13.
Mas a dupla brasileira não se abalou e seguiu abrindo vantagem, graças principalmente aos saques de Duda que complicaram demais a defesa da dupla da Austrália. O segundo set terminou 21 a 15 pro Brasil.
Era hora do terceiro e decisivo set. Como não poderia ser diferente, o equilíbrio seguiu e o jogo permaneceu sem nenhuma das duplas abrir vantagem. Num erro de saque de Duda/Ana Patrícia chegou ao 10º ponto, uma pequena vantagem que logo foi recuperada pelas australianas.
Num ataque lindo de Ana Patrícia, o Brasil fez 13 a 12. E depois de dois bons saques de Duda, elas conseguiram: 15 a 12 no tie-break e final olímpica. A dupla número 1 do ranking mundial vai para a disputa do ouro!
A campanha
A campanha até a semifinal pode ser considerada perfeita, já que venceram todos os cinco jogos anteriores por 2 a 0, com uma média de 28,4 pontos sofridos e 35 minutos e 40 segundos de duração.
Contra Marwa Abdelhady e Doaa Elghobashy, do Egito, na estreia, um jogo um pouco mais disputado. 21 a 14 e 21 a 19 em 37 minutos. As outras duas partidas da primeira fase foram mais tranquilas: 21 a 12 e 21 a 13 em Liliana Steiner e Paula Gutierrez, da Espanha, em 35 minutos; e 21 a 17 e 21 a 10 em Valentina Gottardi e Marta Menegatti, da Itália, em 35 minutos.
Já nas oitavas-de-final, contra Akiko Hasegawa e Miki Ishii, do Japão, nova vitória, com dois sets bem equilibrados: 21 a 15 e 21 a 16 em 38 minutos de jogo, a partida mais longas das brasileiras até então.
Nas quartas-de-final, um jogo que começou complicado com cerca de 6 a 0 para Tina Graudina e Anastasija Samoilova, da Letônia, no primeiro set, mas que acabou com a virada das brasileiras e nova vitória por 2 a 0: 21 a 16 e 21 a 10 em 32 minutos.
(Conteúdo – COB)