Vereadora vai à Justiça em busca de sua candidatura à Prefeitura de Goiânia

Quatro dias após a decisão do PL em abandonar a candidatura da vereadora Dra. Cristina e migrar seu apoio ao DEM, a ex-tucana está disposta à fazer justiça. Está pegando toda a documentação e as provas que tem em mãos para tentar reatar sua candidatura à prefeitura de Goiânia. Em entrevista ao Diário de Goiás na tarde deste domingo (20/09) ela afirma que houve uma ‘fraude flagrante’. 

Cristina pontua que seu nome foi homologado na convenção o que garantiria que sua pré-candidatura fosse estabelecida e por fim, participasse de todo o processo eleitoral, inclusive tendo a benção da deputada federal e uma das condutoras do partido em Goiás, Magda Moffato. “Foi uma festa muito bonita que valorizou a democracia”, pontuou. De Magda recebeu o aceno positivo. “Houve o momento da aclamação com a fala da deputada [Moffato] como candidata a prefeita de Goiânia”, explicou.

Em nenhum momento da convenção se cogitou o apoio ao MDB e segundo Cristina, tudo está gravado com as devidas comprovações sendo postas à mesa. A ideia da equipe da vereadora é documentar tudo. A ata da convenção, segundo ela, foi fraudada para tentar reaver a candidatura e participar do processo. Caso contrário, para a fisioterapeuta por formação, o processo democrático estará fragilizado. “Nós temos aí, provas suficientes e é o processo democrático de direito sendo abalado. Uma decisão da convenção é soberana”, pontuou. 

O que fará então? “Irei pedir a garantia convencional, da decisão aclamada na convenção mantendo a minha candidatura em Goiânia”. A ata da convenção em que seu nome consta como candidata é uma das provas que carrega junto à si. Cristina está confiante que sua candidatura será mantida, mesmo com as devidas provações. “Há provas, existe a gravação da convenção, o momento da aclamação inclusive com a fala da deputada [Magda Moffato] candidata a prefeita de Goiânia e não tem como contestar as provas. Em nenhum momento durante toda a transmissão há qualquer menção que não fosse a candidatura autônoma”, explicou.

‘Saio maior desse processo’

Quando descobriu o ‘golpe’ na quinta-feira, Cristina convocou à imprensa para uma coletiva na Câmara dos Vereadores. Emocionada, contou sua trajetória. Lembrou que não estava só e que outras mulheres haviam também sido golpeadas no processo. “Foi uma semana de traições”, pontuou. Ao seu lado, estava a arquiteta Maria Ester que um dia antes, era pré-candidata à prefeitura pela Rede mas o partido decidiu abrir mão da candidatura e apoiar o deputado federal Elias Vaz, do PSB.


Poucos dias após, dra. Cristina viu campanhas em torno de seu nome. Nomes com diferentes espectros ideológicos saíram em sua defesa. Tudo isso deu forças à ela. “Uma coisa que me comoveu e incentivou muito e me faz entender que eu estou trilhando certo. Trilhando um caminho que as pessoas esperam da nova parte da política. Pessoas que tenham honradez, integridade, e que se distanciam da política do toma lá da cá”, pontuou.

Cristina afirma ter sido golpeada, mas pontua que não se abala. “Isso só reforça em mim a minha conduta e o meu lugar firme para construção de uma cidade melhor mais justa e verdadeira. Eu tenho certeza que eu saio maior desse processo”, definiu. Apesar de ter sido ‘sabotada’, o que viu foram as ‘ofertas crescerem’. “Essa sabotagem só fez as ofertas crescerem. Muita gente de grande renome se oferecendo para trabalhar de graça pra mim. Sem custo.”

Paço Municipal: Projeto antigo

Vereadora por dois mandatos, relatora do Plano Diretor, dra. Cristina conseguiu pavimentar seu nome na Câmara dos Vereadores. Mas, pontua, não faz parte de uma política antiga e nem quer se perpetuar na casa. Alça novos desafios e viu o Partido Liberal lhe abrindo as portas para a candidatura. Foi em dezembro de 2019 que ela e Magda Moffato, posaram juntas em uma convenção que iniciou seus objetivos que culminariam no Paço Municipal.

Sem garantias no PSDB, partido pelo qual se elegeu nas duas candidaturas, recebeu convites de vários outros. O único a lhe dar garantias? O PL. “Eu migrei justamente por ter a garantia. Foi o único partido que me fez o convite de filiação e garantiu à vaga como candidata a prefeita. Eu recebi vários convites mas os outros todos diziam que a avaliação seria feita mais próximo às eleições e que dependíamos de pesquisa e eu achei esse cenário muito instável. Meu projeto era apresentar uma proposta para Goiânia. Já estou finalizando o segundo mandato, fui relatora do Plano Diretor. Temos um know-row desses oito anos”, explicou.


Quase um ano depois, o que viu no entanto, viu o único partido a lhe garantir a candidatura minguar todo o seu planejamento. “É de quatro anos que eu tô trabalhando ele e o PL me garantiu isso mas cometeu essa truculência e ato antidemocrático que foi fraudar a ata de convenção e me tirar da candidatura”, disparou.

Seguirá sozinha no PL

A vereadora diz que o abandono não é de hoje e que mesmo se sua candidatura for judicializada e voltar ao páreo seguirá de cabeça erguida. Já há algum tempo tem atuado com ‘autonomia’ dentro do partido e que a legenda pouco à apoia. Por outro lado vê o seu apoio popular crescer. “Vou seguir com o nada do partido que eu tenho mas com muito apoio social, com muita gente querendo me ajudar.”

Por fim, explica que mesmo seguir como vereadora – que não era seus planos – sequer foi lhe dado a oportunidade. Rumando ao futuro, no entanto, pensa em apoiar outro nome à prefeitura. “Se judicialmente esse crime eleitoral for mantido, vou apoiar uma candidatura. Eu não sou uma pessoa que tem uma opção de omissão e vou tentar trabalhar para alguém que realmente, olhe por nossa cidade e as pessoas de nossas cidades.” 

No entanto, ressalta a confiança. Para ela o PL cometeu um grave equívoco: uma fraude flagrante. “Mas eu acredito que nós teremos vitória porque a fraude foi flagrante”, concluiu. 

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.

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