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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Doria defende frente ampla de centro para derrotar Lula e Bolsonaro

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O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu na tarde desta terça-feira (31) a criação de uma frente ampla de partidos de centro para disputar as eleições presidenciais do ano que vem para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), dois pré-candidatos que lideram pesquisas eleitorais até o momento.

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Em viagem com clima de campanha ao Rio, Doria classificou Lula e Bolsonaro como opções extremistas e disse que a divisão poderia levar à vitória de um dos dois.

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Doria evitou dar mais detalhes de quem poderia compor essa frente ampla de centro, mas afirmou que ela passa pela participação do PMDB, partido do presidente Michel Temer, no bloco.

O prefeito da capital paulista voltou a pregar a união no PSDB, mas evitou se posicionar enfaticamente sobre a possibilidade levantada por uma ala do partido de uma chapa puro sangue formada pelo governador paulista, Geraldo Alckmin, como cabeça, e Doria como vice.

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“Se nós, que temos uma posição central para salvar o Brasil, não estivermos unidos, quem ganhará a eleição será um extremista, de esquerda ou de direita”, disse o prefeito paulista em palestra na Firjan (Federação das Indústrias do Rio), no centro da capital fluminense.

Doria disse que é preciso “discernimento, concordância, liderança e humildade” para criar uma frente ampla de centro. A divisão, disse ele, resultaria na vitória de Lula ou Bolsonaro.

“Será que teremos um Lula aqui na frente? Será que é essa salvação do Brasil? Ou será o Bolsonaro? Eu digo que não. Precisamos nos apoiar em pilares que possam transformar o Brasil e, para isso, as forças democráticas e de centro precisam estar unidas. Nesse sentido, contem comigo”, afirmou.

Agenda

Doria teve um dia típico de campanha eleitoral. Pela manhã, anunciou parceria com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, para licitações conjuntas na área da saúde.

À tarde, participou de almoço com empresários na Firjan (Federação das Indústrias do Rio), onde deu a declaração sobre a frente ampla e apresentou realizações de seus dez meses à frente da prefeitura paulista.

A sua agenda também previa uma visita à redação do jornal “O Globo”, encontro com o ex-ministro Armínio Fraga e economistas da Casa das Garças, núcleo de pensamento econômico alinhado com os tucanos, e um jantar com o empresário Paulo Marinho.

Questionado se a liderança de Lula nas pesquisas eleitorais seguido de Bolsonaro não teria acendido a “luz amarela” nos demais possíveis candidatos, Doria concordou. “É importante que a gente acorde enquanto é tempo”, disse o prefeito.

Apesar de se colocar como não político, já que não tem passado eleitoral, Doria disse que o futuro do país passa pela consolidação dos partidos tradicionais.

“Não vejo candidatura vitoriosa se esses partidos estiverem fracionados”, disse ele. A declaração foi em resposta a uma pergunta sobre se a aliança com o governo Temer e o PMDB, partido envolto em diversas suspeitas de casos de corrupção, não seria ruim para a imagem de uma possível disputa eleitoral do tucano.

‘Frente Brasileiríssima’

Questionado se a suposta frente ampla seria de base governista, Doria disse que seria uma “frente brasileiríssima”. “Quando aglutina [pessoas com interesses em um mesmo objetivo] fica algo menos personalista”, disse. “Eu como prefeito eleito com 3 milhões de votos na maior cidade do país teria assento nessa frente”.

De manhã, quando anunciou uma parceria com a Prefeitura do Rio para a licitações conjuntas para a compra de medicamentos para hospitais municipais, Doria voltou a dizer que não estava fazendo campanha eleitoral antecipada.

Questionado se a aliança com o prefeito e ex-bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella seria mantida no período eleitoral, Doria negou o interesse.

“A aliança é de coração e de gestão”, afirmou. Doria e Crivella ressaltaram que suas famílias são amigas há 40 anos. Crivella disse ter sido amigo pessoal do pai do prefeito paulista João Doria. “Estou aqui na condição de prefeito e não de candidato a nada”.

Doria disse que a situação do PSDB, que vive um racha devido às pretensões eleitorais de dois nomes, estará mais clara após a convenção nacional do partido, em 9 de dezembro. Ele lembrou que São Paulo deu-lhe 3 milhões de votos para a prefeitura e 7 milhões de votos ao senador Aécio Neves na eleição de 2014 para a Presidência.

Ele disse não querer ser o “agente divisor”, referindo-se à possibilidade de candidatos da mesma corrente roubarem votos um do outro, favorecendo, em última instância, candidatos que estão na frente na corrida eleitoral. O prefeito não confirmou nem negou a possibilidade de o partido optar por chapa Doria de vice de Alckmin. “Todas as hipóteses estão em aberto”.

PT

Durante discurso na Firjan, Doria manteve o estilo que tem adotado de antagonizar com o PT e principalmente com Lula, a quem chegou a chamar de “safado e sem vergonha”.

Doria diz que não está na política para enriquecer e ressaltou que já era rico antes de se eleger. Ele lembrou que doa mensalmente seus vencimentos de cerca de R$ 19 mil líquidos à frente da prefeitura.

“O carro que eu uso é meu. O avião que tá parado ali é meu, tem prefixo com meu nome, eu que paguei. O helicóptero também é meu. Então eu posso falar do sem vergonha do Lula. Safado, vá trabalhar”, disse.

A fala foi aplaudida por empresários que almoçavam no auditório da Firjan, mesmo local que abrigou diversas palestras da administração petista para o empresariado, principalmente no setor de petróleo do Estado do Rio.

Menções a Lula não são novidade nos discursos de Doria. Dessa vez, contudo, Doria também reservou críticas a Bolsonaro. A última pesquisa Ibope, divulgada no domingo (29), Lula aparece com 35% das intenções de voto, e Bolsonaro, no segundo lugar, com 13%. Doria aparece com 4% das intenções.

Doria foi questionado sobre como seria tratada a segurança pública em sua gestão. Ele disse que trataria de melhorar o patrulhamento das fronteiras e que, principalmente, não trataria o tema com “extremismos”.

“Primeiro, [vou tratar a questão] sem extremismos. Há um candidato aí que radicaliza. Ele diz ‘peguem os fuzis, armem a população, dê um tiro na testa [do bandido]’. Não é assim que se faz política pública. Não pode incendiar o país em nome de uma política de segurança”. (Folhapress)

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