O dólar seguiu a trajetória de alta frente à maior parte das moedas nesta sexta-feira (11), diante das incertezas sobre futuro governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
No Brasil, a moeda americana opera em alta de mais de 2%, para a casa dos R$ 3,43, depois de ter avançado 5% nesta quinta-feira (10). É a maior cotação em cinco meses.
Para conter a forte valorização do dólar, o Banco Central anunciou na noite de quinta-feira a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem em 1 de dezembro.
Foram 15 mil contratos pela manhã, no montante de US$ 750 milhões. A operação equivale à venda futura de dólares. No total, vencem em 1 de dezembro US$ 6,490 bilhões.
Desde quarta-feira (9), o BC não realiza leilões de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares.
A moeda americana à vista ganhava há pouco 2,14%, a R$ 3,4351; o dólar comercial avançava 2,05%, a R$ 3,4290.
No mercado de juros futuros, as taxas também operam em forte alta, refletindo o movimento no câmbio e o aumento da percepção de risco.
Investidores especulam que Trump adotará medidas de estímulo à economia dos EUA, com corte de impostos e elevação dos gastos públicos, principalmente na área de infraestrutura.
O aquecimento mais rápido da economia americana levaria à aceleração da inflação, o que obrigaria o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a elevar os juros de uma maneira mais rápida da que vinha sendo estimada pelo mercado.
Assim como ocorreu na sessão anterior, o real tem a maior desvalorização global, seguido pelo rand sul-africano, o peso colombiano e o peso mexicano, que atingiu o pior nível histórico em relação ao dólar.
“Está havendo uma fuga de capital especulativo dos mercados emergentes e uma migração para o dólar”, afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. “Não se sabe quais serão as consequências da política de Trump sobre esses países”, acrescenta.
Depois de recuar 3,25% nesta quinta-feira, o Ibovespa operava em baixa de 3,62% há pouco, aos 59.037,93 pontos.
As ações da Petrobras recuavam após a divulgação do balanço do terceiro trimestre e com a queda de mais de 3% do petróleo no mercado internacional. Petrobras PN perdia 8,12%, a R$ 14,24, e Petrobras ON cedia 1,84%, a R$ 17,02.
Os papéis da Vale chegaram a operar em alta de mais de 3%, beneficiados pela forte valorização do minério de ferro na China pela quinta sessão seguida. Porém, inverteram o sinal após a abertura da Bolsa de Nova York. Vale PNA perdia 2,40%, a R$ 24,30, e Vale ON caía 0,14%, a R$ 26,83.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN recuava 1,99%; Bradesco PN, -3,10%; Bradesco ON, -4,27%; Banco do Brasil ON, -6,81%; Santander unit, -1,99%; e BM&FBovespa ON, -6,39%.
No campo positivo, Fibria e Suzano, do setor de papel e celulose, ganhavam mais de 7%, favorecidas pela desvalorização do real, que ajuda as exportadoras.
Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 recuava 0,62%, o Dow Jones perdia 0,29% e o Nasdaq, -0,29%, com a queda do petróleo pressionado ações do setor de energia.
Na Europa, com exceção de Frankfurt, as demais Bolsas recuavam. Na Ásia, as Bolsas chinesas subiram, impulsionadas pelos setores de matérias-primas e de infraestrutura. No Japão, o índice Nikkei subiu 0,18%.
Folhapress