Investidores continuam se pautando pelo desenrolar das reformas propostas pelo presidente Michel Temer, e expressaram temor sobre a oposição de parlamentares ao primeiro texto proposto pelo governo para alterar as regras da Previdência. Nesta quarta (5), a Bolsa aprofundou perdas e fechou abaixo dos 65 mil pontos, enquanto o dólar avançou depois de passar o dia abaixo dos R$ 3,10.
No final do dia, o jornal “O Estado de S.Paulo” publicou um placar na internet indicando que deputados não aprovariam a reforma da Previdência nem com regras mais brandas que as inicialmente propostas pelo governo.
O Ibovespa recuou 1,51%, para 64.774 pontos.
O desempenho negativo foi liderado por ações de Vale, Petrobras e também pelo desempenho ruim dos papéis do setor financeiro.
A Vale perdeu quase 4% nesta quarta. As ações ordinárias caíram 3,94%, a R$ 29,44, enquanto as preferenciais recuaram 3,45%, a R$ 27,97.
As ações preferenciais da Petrobras caíram 2,15%, a R$ 14,53, e as ordinárias perderam 1,42%, a R$ 15,20.
No exterior, as Bolsas americanas também recuaram. O Dow Jones perdeu 0,20%, a 20.648 pontos. O S&P 500 caiu 0,31%, para 2.352 pontos. Nasdaq cedeu 0,58%, a 5.864 pontos.
Investidores domésticos e internacionais aguardavam a ata da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que aponta as variáveis levadas em consideração pelo órgão para elevar os juros, o que ocorreu em março.
No documento, o Fed sinalizou que poderia tolerar que a inflação americana avance para acima da meta, o que colocou dúvidas em investidores sobre o ritmo de alta da taxa de juros dos Estados Unidos.
Tanto as discussões domésticas quanto a movimentação nos Estados Unidos fizeram a moeda americana inverter de direção no mercado doméstico. O dólar comercial, que atingiu a mínima de R$ 3,0840 durante o pregão, fechou em alta de 0,58%, a R$ 3,1170. Já o dólar à vista, que fecha mais cedo, recuou 0,77%, a R$ 3,0924.
No mercado de juros futuros, a correção da previsão de inflação do Banco Central brasileiro, trouxe pressão de baixa para o curto prazo. A autoridade monetária estima que o índice de preços terminará 2017 em 3,6%, muito abaixo da meta de 4,5%.
O contrato de juros futuros para janeiro de 2018 caiu de 9,805% para 9,79%.
Já a incerteza sobre as reformas conduzidas pelo governo fez com que os vencimentos mais longos tivessem alta. O contrato janeiro 2026 avançou de 10,125% para 10,24%. (Folhapress)