A tentativa do Banco Central de sinalizar que está atento às turbulências internacionais falhou em acalmar os investidores pelo segundo dia.
A sexta-feira (18) foi de forte instabilidade no mercado financeiro brasileiro, com o dólar indo a R$ 3,77, a Bolsa recuando mais de 2% e as negociações com títulos públicos sendo interrompidas pela grande volatilidade.
No sexto dia de alta, o dólar comercial subiu 1,05%, para R$ 3,739, no maior nível desde 15 de março de 2016 (R$ 3,764).
Foi a quarta semana de apreciação do dólar: a valorização foi de 3,86%, a maior desde a encerrada em 19 de maio de 2017, quando vazou a notícia do vazamento da delação do empresário Joesley Batista, do grupo JBS. Naquela semana, a moeda americana subiu 4,22%.
O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 1,2%, para R$ 3,745. Na semana, a alta foi de 4,22%.
As turbulências afetaram a Bolsa brasileira, que recuou 0,65%, para 83.081 pontos. A desvalorização semanal foi de 2,51%.
Outros mercados também sentiram a instabilidade. As negociações no Tesouro Direto ficaram suspensas entre 9h50 e 15h30, por causa da volatilidade elevada dos juros dos títulos públicos.
O CDS (credit default swap, termômetro do risco-país) avançou 4,36%, a 202,7 pontos, no maior nível desde setembro do ano passado. E no mercado de juros futuros, os contratos mais negociados subiram. O DI com vencimento em julho de 2018 avança de 6,407% para 6,422%. O DI para janeiro de 2019 subia de 6,600% para 6,695%.
Na semana, o Brasil foi o quarto país que mais viu seu risco-país subir em uma relação com 46 emergentes. Ficou atrás de Líbano, Turquia e África do Sul. Ao todo, 35 emergentes viram seu CDS aumentar nos últimos cinco pregões.
O dólar também espelhou essa piora da percepção de risco. A moeda americana subiu ante 23 das 24 principais divisas emergentes na semana e ficou estável em relação ao dólar de Hong Kong. (Folhapress)