Em celebração ao Dia Mundial da Sepse, o HDT promoverá nesta sexta-feira, (13), orientações in loco voltadas aos colaboradores da unidade, para discutir as complicações, diagnóstico e tratamento da doença. A sepse, também conhecida como sepsis, é um conjunto de manifestações graves desencadeadas por uma infecção que se espalha pelo organismo. Atualmente, a doença mata mais que o infarto e o câncer de mama e intestino no Brasil.
A médica e infectologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais (HDT), Marianna Tassara, explica que muitas vezes a infecção não necessariamente está em todos os locais do organismo. “A infecção pode estar localizada em apenas um órgão, mas acaba provocando uma disfunção orgânica em todo o corpo por uma resposta desregulada na tentativa de combater o agente da infecção”.
De acordo com o Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas), no Brasil são registrados cerca de 670 mil casos por ano, com 50% destes resultando em morte. Marianna destaca que esse aumento da mortalidade ocorre pela complexidade da doença. “A sepse pode levar ao choque séptico, que é a falência de múltiplos órgãos, por isso muitos pacientes não suportam a doença e vão a óbito”.
A doença é decorrente de uma infecção bacteriana. A forma de contaminação varia conforme o foco causador da doença. “Por exemplo, se a causa é a meningite, a contaminação é pelo ar, se a causa é uma infecção urinária, a contaminação é pela flora local e alguma desordem fisiológica do hospedeiro”, ressalta a médica. Os fungos e vírus também podem causar a doença.
Pessoas hospitalizadas, com sistema imunológico debilitado, portadores de doenças crônicas, crianças com menos de um ano e idosos acima de 65 anos estão mais sujeitos a desenvolver a sepse. Os sintomas da síndrome variam de acordo com o grau de evolução do quadro clínico. Os mais comuns são a pressão arterial baixa, calafrios, febre, palidez cutânea, diminuição da urina e dificuldade respiratória.
Os especialistas indicam algumas ações que ajudam a diminuir o risco de contrair algumas infecções que possam se espalhar pelo organismo: Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel; Evitar a automedicação e o uso excessivo de antibióticos; Não interromper o tratamento antes do prazo prescrito pelo médico; Manter a vacinação em dia.
Diagnóstico e tratamento
O coordenador médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HDT, Dr. Eros de Sousa, explica que o diagnóstico da doença é feito por meio de avaliação clínica e laboratorial. O hospital colhe a amostra de sangue, urina e de secreções do pulmão para identificar a bactéria e seu perfil. Também é feito a coleta específica a partir do sangue, para identificar a intensidade da sepse. “Tempo é vida no tratamento dessa doença, e esses procedimentos devem ser realizados em um espaço muito curto de tempo, dentro de uma hora”.
Geralmente o tratamento de sepse é feito dentro da UTI, e é iniciado com a ressuscitação volêmica, onde o paciente recebe uma grande quantidade de soro. “Esse procedimento combate a má perfusão, que é a dificuldade de o oxigênio chegar aos tecidos, e a hipotensão, que é a baixa pressão arterial. Paralelo a isso, começamos o tratamento também com doses de antibióticos mais fortes”, destaca Eros.