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| Em 3 anos atrás

Djalma Rezende promete ir à Justiça contra empresa que lhe vendeu avião: “Paguei por uma aeronave que nunca foi minha”

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O advogado Djalma Rezende viu seu nome ligado às manchetes de jornal ao longo desta semana. Não por uma vitória que conseguiu na Justiça e tampouco sobre algum embate jurídico que vem travando. O especialista em direito agrário viu o avião Ferrari, modelo Piaggio P180 Avanti II, que adquiriu às pompas e em meio a muito luxo, em 2012 ir à Leilão pela Receita Federal. Em entrevista ao Diário de Goiás, ele garante ir à Justiça contra a Algar Aviation, que lhe vendeu uma aeronave que, segundo Rezende, nunca foi dele.

‘Vou entrar na Justiça porque eu esperei até agora. São 3 anos de espera. Inclusive, o avião não foi apreendido em 2015, foi no dia 4 de outubro de 2018”, destaca o advogado Djalma Rezende. Quando comprou a aeronave, a Algar Aviation era dona de uma reputação irretocável. Nem era a primeira experiência de negociação que o advogado tinha com a empresa mineira. 

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Djalma Rezende já havia feito uma aquisição de outro avião. “Nós tínhamos uma relação de confiança”, destacou. “Eu não comprei isso de um representante de aeronave usada. Eu comprei os aviões da Algar, que é a única empresa autorizada a vender tanto o TDM como o Biaggio na América Latina”. O que ele não imaginava é que a empresa que vendeu o jatinho enganava tanto o advogado como a Receita Federal. 

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“E a Receita Federal descobriu que eles ficavam com meu dinheiro e enganaram a Receita falando que o avião era para eles. Porque eles tinham um contrato de arrendamento com um banco estrangeiro. Eles falavam para a Receita, que o avião era deles e dava toda a documentação no nome deles e estava com toda a documentação no nome deles”, explica. À Djalma Rezende, a Algar também mudava a forma como tratava a aeronave. “Para mim, colocaram a minha logomarca na porta do avião e eu fui lá que nem trouxa e inclusive, entregamos o avião aqui com quinhentas pessoas para receber o avião”, diz revoltado se referindo à festa pomposa que deu quando adquiriu o avião.

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“Paguei por uma aeronave que nunca foi minha”, destaca Djalma Rezende

No fim das contas, com a Receita Federal e o advogado enganados, a empresa lucrava em cima da sonegação de impostos. Na prática, o jatinho nunca foi do advogado goiano. ”Este avião está registrado no meu imposto de renda para aquisição de aeronaves, eu paguei imposto disso também. As parcelas eram mensais. Se pegasse os valores que eu dei de entrada, já estava quitado há muito tempo. Eu paguei 71 parcelas em torno de US$ 48 mil dólares cada uma. Eles [Algar Aviation] me induziram, porque no leasing operacional você tem que devolver a aeronave, então tudo isso eu paguei em uma aeronave que nunca foi minha”, explica Djalma Rezende.

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A investigação que a Receita Federal conduz em torno da possível fraude é contra a empresa e não contra o advogado goiano. “Inclusive, eu sou testemunha da Receita Federal na Polícia Federal e no Ministério Público”, conclui Djalma Rezenda.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.