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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

Disputa proporcional: partidos nanicos querem “chapinha”

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A formação de um ‘chapão’ para deputado federal volta a ganhar força entre partidos da base aliada, inclusive entre as agremiações menores

Historicamente, todos os partidos da base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB) se unem em uma grande chapa para a eleição de deputado federal. Este ano, porém, vários partidos menores, os chamados ‘nanicos’, articulavam uma chapa em separado. A avaliação é de que, sem os grandes, eles teriam maiores chances de eleger, pelo menos, um deputado. A articulação começou há varias semanas, mas já perdeu força, devido as articulações majoritárias. Hoje, o discurso é de que a tendência é que a base caminhe com o chamado ‘chapão’. Mas há quem ainda articule a chamada ‘chapinha’.

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Cinco partidos, dentre eles o PHS, PV, PSL e PTC, apoiam Marconi e queriam se unir para lançar uma chapa alternativa à Câmara Federal. Pelos seus planos, eles poderiam fazer até duas vagas de deputado federal, pois contam com vários nomes que devem conseguir de 5 a 10 mil votos no interior. A conta é que os nomes pequenos destes partidos poderiam fazer até 150 mil votos e que algumas lideranças poderiam conseguir os outros 150 mil votos para conseguir até duas cadeiras, o que seria mais difícil no caso de um chapão.

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Os nomes mais fortes dentre os que comporiam a chapinha seriam o presidente nacional do PHS Eduardo Machado e professor e proprietário das Faculdades Padrão Walter Paulo (PMN). O problema é que alguns partidos estão negociando com todos os lados e podem, inclusive, abandonar a chapa de Marconi para apoiar outro nomes, como o do empresário Júnior do Friboi. Ele mantém conversas com os chamados nanicos, como o PHS, de Eduardo Machado, por exemplo. Esse é o principal motivo para que a chapinha, hoje, esteja em xeque.

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Outro motivo que fez com que a ideia perdesse força é que o PRB, comandado em Goiás por Fernando Mendes, deverá caminhar para o chapão. “Para deputado federal temos um nome e iremos compor o chapão”, avisa Mendes.
O nome do partido para a candidatura de deputado federal é o de Gilvan Máximo, ex-secretário estadual do Entorno do DF. Ele foi convidado pelo presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, para assumir o desafio. “Me sinto lisonjeado com o convite do presidente, um homem que tem lutado pelo partido e, por onde passou, tem alcançado sucesso”, comentou Gilvan.

Pró-chapinha
O PPS, do pré-candidato a deputado federal e ex-presidente da Agehab Marcos Abrão, confirma que poderá buscar a formação de uma chapinha. O presidente da legenda em Goiás também diz estar com alguns partidos para a formação da chapa, mas destacou que ainda é cedo para decisões e que nada está concretizado. “Estamos conversando, sim, sobre essa possibilidade, mas não há nada de concreto”, avisou.
A ideia de uma chapa com os partidos menores pode ser útil a Marcos Abrão Roriz, que conta com um apoio amplo para ser candidato a federal, mas que não tem eleição garantida, caso a chapa da base aliada contenha também os partidos grandes. Sobrinho da senadora Lúcia Vânia, Roriz certamente teria condições de ser o campeão de votos de uma ‘chapinha’ e conseguir a vaga com menos votos. A expectativa é que, em uma chapa com todos, seja necessário mais de 85 mil votos. Em uma ‘chapinha’, seria possível se eleger com 50 a 60 mil votos, dependendo do potencial dos puxadores de voto da coligação.
Para que a ‘chapinha’ dê certo, porém, é necessário que vários partidos se unam, principalmente aqueles que possuem um bom número de candidatos com potencial para garantir de 15 a 20 mil votos cada. Se alguns deles desistir da coligação alternativa, a ação pode inviabilizar o projeto, já que se correria o risco de não atingir o coeficiente eleitoral e, desta forma, o grupo pode ficar sem vaga alguma.

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Outro lado
Esse risco é alertado pelo deputado federal Vilmar Rocha (PSD). Ele, ao contrário de alguns líderes de partidos menores, defende que a ideia de chapinha coligada ou chapa pura pode não ser uma boa ideia. “Mesmo o partido tendo um candidato bom de voto, que alcance 150.000 votos, por exemplo, poderá não se eleger, pois os mais bem votados depois dele podem não alcançar os votos necessários para se alcançar o quociente eleitoral. Por isso defendemos o chapão. Nele, o partido intermediário pode contar com as sobras para conseguir eleger seu candidato.”

Vilmar prevê que o quociente eleitoral desse ano poderá alcançar 200 mil votos, acima do quociente alcançado nas eleições de 2010, que ficou por volta de 170 mil. “O chapão é melhor, pois todos os partidos colocam seus candidatos e têm chances. O partido que se lança individualmente perde uma boa oportunidade para eleger o seu candidato”, avalia o deputado.

Historicamente, candidaturas puras para deputado federal são raras. Destas, uma das mais lembradas é a do Prona, em 2002 no Estado de São Paulo. Na ocasião, o candidato Enéas Carneiro recebeu cerca de 1,5 milhão de votos, conseguindo eleger consigo mais cinco deputados federais. Destes, quatro receberam menos de mil votos cada.
O próprio Vilmar Rocha já sofreu na pele as consequências de concorrer para deputado federal em uma chapa pura. Em 2006, o DEM, seu antigo partido, lançou chapa pura depois do grupo de Vilmar ter perdido a batalha interna contra o deputado federal Ronaldo Caiado. Caiado bancou a candidatura solo do então senador Demós­tenes Torres ao governo, o que, consequentemente, foi transferida também para as chapas proporcionais. Mesmo com mais de 70 mil votos, Vilmar ficou na primeira suplência.

Vilmar Rocha se mostra otimista com o possível chapão a ser criado. “Nossa chapa para deputado federal está muito forte. Temos hoje 16 nomes dentro dos 14 partidos que são candidatos aptos a buscarem a eleição. Estou prevendo que consigamos eleger no mínimo 10 e no máximo 12 deputados, dependendo dos nomes apresentados pela oposição”, finalizou.

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