A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, negou relação da empresa, que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin, com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e disse não conhecer nenhum relacionamento da companhia com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).
As declarações foram dadas durante depoimento na CPI da Covid em respostas ao relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Ricardo Barros foi citado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) como o nome citado pelo presidente Jair Bolsonaro quando o chefe do Planalto teria sido alertado sobre um suposto esquema de corrupção na Covaxin. Barros nega a atuação no negócio.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, já admitiu conhecer o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano, alvo da CPI, mas nega ter tido relação comercial com o empresário. O senador levou Maximiano para uma reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em 13 de outubro.
Durante o depoimento, a diretora da Precisa afirmou que a empresa só se reuniu com o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias após a assinatura do contrato, no pedido de importação. Dias, que chegou a ser preso na CPI, foi acusado de ter pedido propina para aquisição de doses da AstraZeneca, mas negou ter feito qualquer solicitação ilegal.
A sessão da CPI foi suspensa por 25 minutos após a primeira fase do depoimento e ainda deve ser retomada hoje. A audiência com o dono da Precisa, por sua vez, foi adiada para agosto.
Por Amanda Pupo e Daniel Weterman, Estadão Conteúdo