Em entrevista ao Diário de Goiás o diretor do Consórcio Limpa Gyn Renan Andrade afirmou na segunda-feira (2) que independente de quem vença a eleição de 2024 para prefeito de Goiânia, o grupo planeja ter o contrato renovado utilizando como estratégia a melhoria da qualidade e ampliação do serviço. Nesta segunda parte da entrevista, ele citou que o consórcio iniciou no final de abril um contrato de 24 meses, mas tem direito a renovações.
Leia a primeira parte da entrevista: Consórcio Limpa Gyn estabiliza coleta e cita investimentos, frente a uma população ainda ressentida
“Entramos com um investimento altíssimo, tanto de unidade, quanto de equipamento, quanto de mão de obra e nós não viemos para ficar dois anos, nós viemos para estruturar de uma maneira que seja contínua”, informou o diretor do consórcio, sobre expectativa de ter contrato renovado no futuro.
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Renan seguiu afirmando: “Uma das apostas grandes que nós temos é da melhoria do serviço, da qualidade do serviço, de voltar a dar ao cidadão de Goiânia a condição de ter a coleta na porta de casa, coisa que não vinha acontecendo e, com isso, nós temos a condição depois, de prorrogar o contrato e termos um caminho mais longo para que possa fazer valer todo o investimento que está sendo feito”.
Ao jornalista Altair Tavares o diretor falou sobre os planos da empresa. “Fechamos 4 meses de trabalho com a ideia de chegarmos ao primeiro semestre, daqui a dois meses, dois meses e meio, com todos os serviços implantados”, disse.
Conforme Renan Andrade, atualmente o consórcio conta com uma composição de quatro serviços, três já em operação, e um outro para começar esse mês. “Hoje nós temos a coleta de orgânico, nós temos a remoção de entulhos e volumosos e nós temos a varrição mecanizada já implantados. Agora em setembro nós vamos implantar a coleta seletiva e então compor os quatro serviços que o contrato constitui”, informou ele.
A meta inclui nos próximos dois meses a composição de garagens de apoio. “Hoje nós temos uma garagem matriz, duas de apoio, estamos na busca agora de uma terceira de apoio para ser a quarta unidade e aí a gente vai ter em cada região de Goiânia uma garagem para que façamos um serviço mais rápido, de mais qualidade, para que facilite a logística”.
Embora considere que o trânsito de Goiânia ainda é melhor que a realidade vivida por ele em São Paulo, o diretor destaca que mesmo assim uma coleta no extremo Leste, como o Parque Ateneu, por exemplo, com destino ao aterro do outro lado da cidade, “é bem problemático”.
A intenção do Consórcio é estruturar garagens para que ter áreas de transbordo. “É extremamente necessário nós termos onde descartar lixo próximo à região Leste da cidade. Hoje nós não temos, nós atravessamos a cidade para levar o resíduo do outro lado. Isso vai facilitar a logística, vamos chegar antes, vamos conseguir sair depois do bairro e conseguir horas de coleta a mais. Isso tudo vai gerar uma qualidade melhor para o trabalho”, destaca.
A dificuldade para o projeto, segundo ele, tem sido mão de obra. “Estamos contratando, tem um processo seletivo. Há bastante vagas e ainda estamos com o processo seletivo, não só de aprimoramento do que já está rodando, como também do serviço que está para começar, então nós vamos contratar agora no mês de setembro aproximadamente 100 funcionários e nós precisamos dessa mão de obra”, informou.
Segundo ele, será uma mão de obra a ser treinada internamente. Com mais equipamentos na rua, o Consórcio coloca também um número maior de pessoas envolvidas na coleta. Cada caminhão sai com uma equipe de quatro trabalhadores: três coletores e um motorista.
Para os próximos seis meses, informa ele, a intenção é manter a proposta e analisar o desenvolvimento da cidade. “O serviço de coleta é um serviço que continuamente nós temos que fazer análise e entendermos se realmente o plano que está sendo feito é o ideal para o local. Às vezes há uma obra grande, um hospital, uma UPA, uma escola, começam a gerar condomínios, você pode criar alguns prédios e começa a gerar uma demanda maior, você começa a gerar mais resíduos e, às vezes, aquela coleta passa a não dar conta, aquela frequência passa a não dar conta da região”, exemplifica.
O diretor define que os primeiros seis meses de trabalho do consórcio foram gastos para “estagnar a sangria”. “Dali para frente, nós precisamos aprimorar o nosso trabalho, trazer uma qualidade, trazer uma logística, treinamento para os funcionários, uma melhoria de estrutura interna para que o nosso colaborador na ponta possa ter a tranquilidade e a comodidade de fazer um bom trabalho, com segurança, com qualidade, voltar para a garagem e finalizar o turno dele”.
Após investir para melhorar a logística e a qualidade, salienta ele, o plano é a sequência de análise da própria cidade, e fazer reanálises para ver se há ou não a necessidade de mudança nos serviços previstos no contrato, que custa à Prefeitura de Goiânia R 19,5 milhões por mês.
O Limpa Gyn deve oferecer pelo contrato 24 máquinas varredeiras e está operando com 14. Segundo o diretor, o problema para atender o número necessário é o processo de importação porque elas são produzidas na Inglaterra e a importação é burocrática e lenta, “então leva-se tempo para chegarmos na composição ideal”, argumenta. De todo modo, ele espera a chegada de mais varredeiras em setembro e outubro.
Renan Andrade frisou que o Consórcio ainda planeja avançar muito em algumas áreas e citou o problema do descarte irregular do entulho e a necessidade de educação ambiental para que as crianças aprendam desde cedo a se responsabilizarem pelo lixo que geram.