Em entrevista ao Diário de Goiás, Mario Neto, diretor do Instituto Grupom explicou que a denúncia do pré-candidato à Prefeitura de Senador Canedo, Misael Oliveira (PRD), partiu de uma “ideia equivocada do candidato”, que alegou que a pesquisa citava seu nome apenas na parte de rejeição. “Na verdade, o nome dele estava sendo testado na intenção de voto, só que a informação que ele obteve com um informante que ele tem na cidade estava errada”, explicou Mario.
A denúncia foi feita na Delegacia de Polícia Civil de Senador Canedo e quatro pessoas foram conduzidas à delegacia para prestar esclarecimentos. “Ele (Misael) entrou em contato conosco, subiu o tom e disse de forma ameaçadora que ia mandar prender o meu pessoal, como de fato acabou acontecendo”, relatou Mario.
Conforme divulgado por alguns veículos, um outro pré-candidato que estaria se sentindo lesado pela pesquisa é Alexandre Braga (Agir). Porém, ao Diário de Goiás, Braga afirmou que não denunciou o caso à policia. “Me ligaram e me repassaram o seguinte: ‘Olha, tem uma pesquisa lá no Canedo, que não tem seu nome na estimulada, só na rejeição’. Apenas respondi: ‘Isso é ruim, hein!’. E morreu o assunto. Eu não fui à delegacia, quem foi à delegacia registrar a denúncia foi o Misael”, explicou.
O nome de Misael e Braga constavam da lista geral de candidatos e, como é de metodologia desde tipo de sondagem, não constavam de alguns cenários simulados pela empresa. Portanto, a denúncia foi infundada. O Diário de Goiás tentou contato com Misael Oliveira e não obteve retorno até a publicação da matéria.
O diretor do Grupom informou que a empresa está neste momento recebendo orientação jurídica “para decidir qual vai ser o melhor encaminhamento, tanto em relação à motivação, pensando no caso do Misael, e na pessoa que fez as imagens e divulgou na internet criando um constrangimento e uma exposição desnecessária das minhas entrevistadoras”, afirmou Mario que concluiu que a situação será resolvida após a finalização e entrega da pesquisa encomendada por um cliente que não foi citado.
Em entrevista, Mario afirmou que no momento priorizou a liberação dos pesquisadores, que segundo ele foram indevidamente detidos, e recuperar o material apreendido pela Polícia Civil. “Tudo isso nós resolvemos ontem (10). Eu fui à polícia, prestei um depoimento, expliquei como a pesquisa é feita, mostrei o material, mostrei todo o procedimento para encerrar essa situação com o meu pessoal e com o meu cliente”.
Filiado à Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), o Grupom, com sede em Goiânia e mais de 50 anos de atuação, tem notória preocupação com a correção de suas pesquisas. Durante o relato, Mário fez questão de destacar o zelo com a credibilidade de sua empresa. “Tenho um trabalho, eu fui contratado, preciso e tenho a obrigação de entregar um trabalho de qualidade para o meu cliente”.
Mario Neto também chamou a atenção para a proliferação de institutos de pesquisa em Goiás e no Brasil que fazem pesquisas sem critérios científicos. “Tem empresas que não têm seis meses de vida e estão registrando pesquisa a valores que não pagam o custo de campo. Ninguém vai criar caso com essa turma e divulgam pesquisas que não têm baseamento científico nenhum. Eu queria entender por que essas empresas não são questionadas”, indagou.
“Tem empresa que está registrando pesquisa em Goiás que a atividade principal dela é ferragista. E tem lá no CNAE, na 16ª posição, que ele pode fazer pesquisa de mercado. Agora, aproveitando o momento, resolveu fazer pesquisa. Com que método, com que experiência, baseado em que expertise, que estão fazendo isso? Tenho a convicção de que não usam as melhores metodologias nem as melhores práticas de pesquisa”, concluiu.