Em audiência no Comitê de Inteligência da Câmara, o diretor do FBI (polícia federal americana), James Comey, disse nesta segunda-feira (20) não ter provas que comprovem a acusação do presidente Donald Trump de que seu antecessor, Barack Obama, o teria grampeado durante a campanha eleitoral.
“Não tenho informações que apoiem aqueles tuítes”, disse Comey ao ser questionado sobre as declarações feitas por Trump em quatro postagens em sua conta no Twitter no último dia 4.
Segundo ele, Obama não poderia ter ordenado espionagem sobre Trump. “Nenhum indivíduo nos Estados Unidos pode conduzir espionagem eletrônica sobre ninguém”, disse Comey.
Sem apresentar provas, o presidente afirmou, na época, que Obama teria espionado a Trump Tower no ano passado. “Como o presidente Obama foi tão baixo a ponto de grampear meus telefones durante o sagrado processo eleitoral. Isso é Nixon/Watergate. Cara ruim (ou doente)!”, escreveu.
Na audiência desta segunda, o diretor da NSA (Agência de Segurança Nacional) Mike Rogers disse ainda que não há evidências de que o governo Obama tenha pedido à inteligência britânica para espionar Trump -e que nem ele faria isso.
“Isso seria expressamente contra o acordo ‘Five Eyes’ que está em vigor há décadas”, disse Rogers, referindo-se ao acordo de cooperação em inteligência entre EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, assinado nos anos 1940.
A sugestão da participação britânica no suposto grampo, divulgada pela Fox News, foi replicada pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, no que se tornou uma saia justa com o Reino Unido, um dos principais aliados de Washington. Spicer negou, na última sexta, que a Casa Branca tenha pedido desculpas ao governo britânico pelas declarações. (Folhapress)