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Categorias: Mundo
| Em 7 anos atrás

Direita radical avança para se tornar principal oposição a Merkel

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O ato de encerramento de campanha do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) reuniu líderes regionais e candidatos ao Parlamento diante de 120 pessoas, em Magdeburgo, segunda maior cidade do Estado de Saxônia-Anhalt e reduto da legenda, na quinta (21).

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“Não tem esse papo de integração [com imigrantes]. Não somos nós que precisamos mudar. Este é nosso país, são nossas regras”, disse um representante da agremiação, sob aplausos da plateia.

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“O destino da Alemanha está em jogo. Está em jogo se milhões de pessoas vão continuar chegando. Precisamos dizer não, e o único partido que diz não é a AfD. Não vamos dar mais nenhum centavo a esse experimento ‘multiculti’ esquerdista!”.

Vieram aplausos de pé e assobios. “Se dizer a verdade é ser de extrema direita, então eu sou extremista de direita!”

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A Saxônia-Anhalt integrava a antiga Alemanha Oriental e está entre os Estados que não se adaptaram à reunificação alemã, em 1991. Sem crescimento em 2015, seu PIB é o quarto pior, e o desemprego, o terceiro maior do país.

Mas pelas regras de distribuição populacional, o Estado recebeu menos de 3% dos cerca de 1,5 milhão de refugiados que chegaram à Alemanha no auge da crise.

Nas eleições estaduais de abril de 2016, a AfD obteve aqui seu melhor resultado: 24,2% dos votos. Pesquisas agora indicam que no âmbito nacional o partido pode alcançar 10% dos votos, podendo obter 70 vagas no Bundestag. Hoje, não tem nenhuma.

Nas eleições de 2013, a AfD havia acabado de ser criada. Chegou a concorrer, mas não superou a cláusula de barreira segundo a qual quem obtém menos de 5% dos votos fica de fora do Parlamento.

XENOFOBIA

Quando foi fundada, em 2013, a AfD tinha como principal bandeira a oposição ao resgate de membros da União Europeia, como a Grécia. Mas com o tempo se tornou essencialmente um partido islamofóbico e anti-imigração.

Dividem a liderança nacional da legenda Alexander Gauland, um advogado e jornalista de 76 anos que já foi filiado à CDU de Angela Merkel e é tido como radical, e a economista Alice Weidel, 38, que vive parte do tempo na Suíça com a mulher e dois filhos, vista como moderada.

Segundo projeção da Forschungsgruppe Wahlen, a AfD tem 11% dos votos, atrás apenas dos dois maiores partidos, CDU (36%) e SPD (21,5%), e tecnicamente empatada com o tradicional FDP (10%) –a margem de erro é de três pontos percentuais.

Dependendo do tipo de coalizão que o partido vencedor (provavelmente a CDU) forme e dos resultados finais, a AfD pode se tornar o principal partido de oposição no país. Não é pouca coisa para uma legenda que há menos de cinco anos não existia.

“Vamos levar os grandes partidos ao chão!”, disse o líder regional da AfD, André Poggenburg (leia abaixo).

Parte desse desempenho é culpa da própria CDU, avalia a analista Ulrike Franke.

“O avanço da AfD se deve em parte a Merkel ter aberto espaço na ala à direita de seu partido. Historicamente, a CDU é conservadora de centro-direita, mas sempre tomou medidas para impedir que emergissem novas forças à sua direita”, disse à reportagem.

“Isso é algo que Merkel negligenciou ao mover seu partido em direção à centro-esquerda, especialmente com o debate sobre a imigração.”

(FOLHA PRESS)

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