Nos últimos dias têm sido uma missão difícil encontrar álcool em gel e outros produtos nos comércios. Se para o consumidor a situação é de desabastecimento, dificuldade semelhante enfrenta um dos principais hospitais da região Centro-Oeste, o Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia). A direção da unidade teme pelo desabastecimento e aumento de preços dos equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras, capotes, luvas, além de álcool em gel.
O Hugo, assim como diversas unidades de saúde tem enfrentando dificuldades para manter estoques de equipamentos e cumprir protocolos de segurança. O hospital possui estoque desses equipamentos, mas se preocupa com os próximos dias pois será necessária a aquisição dos EPIs e os fornecedores já apresentam alteração dos valores cobrados anteriormente.
A máscara cirúrgica antes de decretada a pandemia era encontrada no mercado a R$ 1,40, hoje foi cotada pelo departamento de compras do hospital a R$ 35,00. As máscaras descartáveis antes compradas por 0,08 centavos, estão sendo vendidas agora por R$ 2,20, o que corresponde a aumento de 2.650%
“Hoje temos os nossos estoques suficientes para nosso atendimento cotidiano. Não há desabastecimento. Da última semana pra cá, até por conta do aumento do número de casos de coronavírus e começamos a fazer nossos planos para atender a população, caso venhamos a alcançar números de outros países acometidos, fizemos as projeções e começamos a fazer na semana passada, processos de compras para garantir que não tenhamos um desabastecimento de equipamentos de proteção individual e aí a gente começou a se deparar com uma situação muito crítica, primeiro a falta de insumos, pois o mercado não tem a quantidade necessária para nos entregar e os valores, insumos que saíram da faixa de R$ 1,40 e estão a R$ 30,00. O que hoje nos preocupa é ter o abastecimento para dar segurança aos pacientes, aos nossos colaboradores e financeira também, pois os recursos são limitados”, disse a diretora geral do Hugo, Dulce Xavier, em entrevista ao Diário de Goiás.
A Diretora-geral do HUGO, Dulce Xavier, explica que comunicou a Secretaria Estadual de Saúde a situação do hospital. Ela explicou que a secretaria tem tentado ajudar a unidade a encontrar outros fornecedores. Além do desabastecimento, há preocupação quanto a valores de mercado, pois a unidade tem limitações financeiras.
O HUGO se preocupa em manter o atendimento de qualidade neste momento de pandemia, uma das medidas adotada pela unidade foi a restrição de visitas. O hospital presta um atendimento humanizado aos pacientes e para isso precisa preservar e zelar pela saúde de seus colaboradores.
Liberação de leitos
Foi destacado pela diretora que até a tarde desta quinta-feira (19), 48 pacientes estavam internados no Hugo. Há uma recomendação da Secretaria de Saúde para liberação de leitos. “Eu tenho internado 48 pacientes aguardando cirurgias, estamos verificando o quadro clínico e alguns politraumatizados não podem ser submetidos a cirurgias de imediato. Estamos avaliando para verificar de fato aqueles que tem condições clínicas para isso”, declarou.