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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Dirceu recebeu mesada para favorecer telefônica portuguesa, afirma revista

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O Ministério Público português investiga se o ex-ministro José Dirceu recebeu, entre março de 2011 e julho de 2014, uma “mesada” de 30 mil euros (cerca de R$ 99,3 mil) de um executivo da Portugal Telecom. O objetivo dos pagamentos seria fazer com que Dirceu usasse sua influência junto às autoridades brasileiras para auxiliar a PT, então maior empresa de Portugal, a comprar uma participação na Oi/Telemar.

As acusações são do procurador Rosário Teixeira no âmbito da Operação Marquês -espécie de Lava Jato lusa- e foram reveladas pela revista “Visão” e pelo jornal “Observador”.

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Dirceu está preso desde agosto de 2015. Ele foi condenado a 23 anos de prisão por esquema de corrupção descoberto na Lava Jato.

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Os periódicos portugueses tiveram acesso ao conteúdo do interrogatório de quatro horas do ex-banqueiro Ricardo Salgado, acusado de comandar o esquema de corrupção na Portugal Telecom. Salgado esteve à frente do BES (Banco Espírito Santo), que era um importante acionista da companhia.

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A suposta atuação de José Dirceu em favor da Portugal Telecom já era citada pelas autoridades portuguesas desde 2015. Agora, no entanto, veio à tona o tamanho do esquema de corrupção.

Para o Ministério Público português, Dirceu se reuniu, em Portugal, com o então presidente do conselho de Administração da PT, Henrique Granadeiro, em um encontro onde eles teriam acertado os detalhes dos repasses.

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Após um primeiro pagamento de 500 mil euros (cerca de R$ 1,657 milhão), justificado com um falso contrato de serviços jurídicos, Dirceu começou a receber pagamentos mensais de 30 mil euros, ainda de acordo com os investigadores.

O dinheiro viria de uma offshore ligada ao Banco Espírito Santo -a Espírito Santo Financial, que também aparece em outros esquemas de propina- e seria depositado em uma conta usada exclusivamente para pagar despesas de Dirceu.

A investigação aponta ainda que a movimentação dos valores era justificada com um contrato com o escritório do advogado João Abrantes Serra, também investigado na Operação Marquês. Luís Oliveira e Silva, irmão de Dirceu e que também foi preso na Lava Jato, estaria ligado ao escritório.

O banqueiro Ricardo Salgado negou que o dinheiro beneficiasse Dirceu e afirmou que os 30 mil euros mensais eram pagamento de honorários advocatícios de um antigo processo judicial relacionado com a invasão de uma propriedade da família.

Procurado, o advogado de Dirceu, Roberto Podval, afirma que “as informações são absolutamente genéricas e com nenhuma prova” da participação de seu cliente. (Folhapress)

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