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Dioji Ikeda: “Por Inhumas, subo no palanque com qualquer um”

 

Se precisar, prefeito garante que não terá problemas em fazer campanha ao lado do adversário Roberto Balestra. Acompanhe a entrevista concedida a equipe de politica do Jornal Tribuna do Planalto.


(entrevista publicada na edição Nº 1.437 do Jornal)

 

O prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT) ainda não sabe como ficará sua situação por conta da decisão da maioria de seu partido em integrar a base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB), nas eleições deste ano. Tanto ele quando o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT) e o vereador por Goiânia Paulinho Graus (PDT) têm preferências por outros candidatos ao governo estadual.
O prefeito irá aguardar a oficialização do apoio do PDT a Marconi e lembra que a decisão será benéfica para a deputada federal Flávia Morais. “Lá ela terá mais condições de se reeleger”, lembra Ikeda que ressalta que espera o bom senso do partido em relação ao seu caso, bem como ao de Misael, que apoia o candidato Vanderlan Cardoso (PSB) e de Paulinho, que deverá apoiar o pré-candidato Iris Rezende (PMDB). Além disso, o pedetista falou sobre eleições e também sobre seu trabalho em Inhumas. Confira:

Tribuna do Planalto – Prefeito, o PDT teve sua pré-convenção na última segunda-feira, 16. O que ficou definido?
Dioji Ikeda – O PDT teve uma pré-convenção na segunda-feira, 16, onde a grande maioria dos presentes definiu que caminharia com a base do governador Marconi Perillo (PSDB). O PDT tem três particularidades que são o meu caso, o do prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, e do vereador por Goiânia Paulinho Graus que temos posicionamentos divergentes do definido pelo partido, já que apoiamos candidatos diferentes. Mas nada foi definido oficialmente nessa reunião. Saímos de lá com a data da convenção já definida para o dia 30 quando definiremos essa situação, tendo sempre em vista a reeleição da deputada federal Flávia Moraes que hoje é a grande representante do PDT a nível federal em Goiás. Temos 12 prefeitos em Goiás muito em parte por conta do trabalho de direção partidária.

O senhor sempre defendeu a candidatura do Antônio Gomide (PT). Irá manter esse posicionamento?
Como eu disse essas particularidades ainda não foram ainda resolvidas e nem esclarecidas. Eu tenho em mente que o partido utilizará o bom senso no meu caso, no do Misael, que apoia Vanderlan Cardoso (PSB) e Paulinho Graus, que é da base do prefeito Paulo Garcia, em Goiânia. Temos a liberdade para caminhar com o que já caminhamos há mais de ano.

Tendo liberdade é isso que o senhor deve seguir?
É. Mas eu ressalto que eu sou do partido e tenho que priorizar o posicionamento partidário. Temos que visar o crescimento do partido. Se hoje eu tenho um mandato é porque eu tive o apoio da sigla para poder me eleger.

O Sr. considerou acertada essa posição da deputada Flávia e do próprio partido de se unir à base governista?
Ainda é prematuro julgar isso. A deputada Flávia e o presidente do partido (George Morais) têm suas prioridades e eu entendo que o partido deve priorizar a reeleição da deputada. A base aliada tem uma chapa competitiva para deputado federal e esse é o maior atrativo para que o PDT pudesse se aliar ao governo. Lá, Flávia Morais terá mais condições de se reeleger.

Nós temos entrevistado alguns prefeitos e muitos reclamam que a situação financeira de suas prefeituras? Como está a situação de Inhumas?

Os municípios nos últimos dois anos eles experimentaram uma situação de extrema dificuldade quando se trata de manutenção e gasto com pessoal. As receitas dos municípios tiveram incremento quase que insignificante em 2013 e 2014 se compararmos com 2012 e 2011. Então todos os municípios, com raras exceções, estão vivendo dias de extrema dificuldade. Nós estamos vivenciando isso. Para fechar a folha de servidores é uma dificuldade danada. O que nos move são as parcerias do governo federal que tem nos amparado. Nas últimas três semanas nós iniciamos três grandes obras em escolas, creches, unidades de saúde de uma UPA. Se for depender só de dinheiro do município nós vamos trabalhar para manter só rua limpa, saúde estável e a educação funcionando.

Quais são as parcerias com o governo estadual?
Nós estamos prestes a celebrar dois convênios: um com auxilio de custeio de nosso hospital municipal e o outro de recapeamento asfáltico de aproximadamente 500 mil metros quadrados.

Qual é a prioridade hoje da cidade se houvesse um montante a ser investido imediatamente?
Recapeamento asfáltico. Os municípios de um modo geral eles tem uma malha viária já antiga e construída com má qualidade.

O senhor que já apoiando há bastante tempo o pré-candidato Antônio Gomide. Como o Sr. Vê sua campanha, que perdeu muitos partidos para outras chapas?

O PT é um partido muito forte, consolidado em Goiás, e que tem história. Mesmo se não tiver outro partido coligados, entendo que não teria dificuldade em compor uma chapa majoritária. Mas é evidente que com alianças, sairia mais fortalecido. Como não conseguiu, a única saída do partido seria uma chapa puro sangue, eu diria.

Da para vencer uma eleição estadual com um partido só?
Em eleição tudo é possível. Nós, por exemplo, disputamos uma eleição lá em Inhumas com três partidos e conseguimos 30% dos votos, que serviu como preparatório para disputar eleições de 2012. E em 2012 nós concorremos com nove partidos e vencemos. Tinha uma coligação com 12 partidos que, no entanto, ficou em terceiro lugar. O candidato hoje tem que convencer o eleitor. Aliança com partidos é muito importante, mas se não tiver um candidato capaz de convencer o eleitor, o partido e a coligação não saem do lugar.

O Sr. acredita que Goiás tem condições de sair da polarização entre PMDB e PSDB?
Acredito. Hoje temos um eleitorado muito mais atento. As informações correm mais rapidamente. Hoje o eleitor lá de Mambaí sabe o que acontece em Goiânia no momento em que o fato se consuma. As legendas partidárias têm perdido força. O diferencial são os candidatos. O PSDB sem Marconi não teria nome para apresentar para a eleição. O PMDB, com Iris, da mesma forma. Essas polarizações estão sendo enfraquecidas.

Como Gomide e o próprio Vanderlan conseguiriam convencer o eleitor?
Com propostas convincentes a favor do Estado, falando menos de outros candidatos e de pessoas e se concentrando em projetos. O eleitor quer um trabalho que vá ser aproveitado em forma de projeto para resolver o problema dele, pois está preocupado com a porta da sua casa e com aquilo que interessante com o seu município.

A Flávia apoiou o Vanderlan em 2010… Não seria mais natural o PDT terminar com o Vanderlan na articulação?
Se o PDT estivesse coligado com Vanderlan Cardoso seria natural, mas durante todo esse período de conversações o PSB não apresentou uma chapa competitiva que atraísse a deputada.

O PDT indo para a base aliada não complica a situação do Sr. em Inhumas, já que seu principal é da base aliada (deputado Roberto Balestra)?
Nós temos uma relação muito respeitosa pelos adversários. Estamos vivendo um momento político muito maduro. Ainda veremos o posicionamento do PDT em relação ao meu caso, do Misael e do Paulinho Graus. Temos que ver se seguimos não com a nossa preferência.

O Sr. subiria no palanque junto com o Balestra?
Se for para o bem de Inhumas eu subo no palanque com qualquer pessoa. Tive apoio de vários deputados federais, parcerias com o governo estadual, federal e todos aqueles que querem ajudar o meu município as portas estão abertas.

Quem o sr. deve apoiar lá como deputado tanto federal quanto estadual. Já decidiu?
Já. Para deputado estadual temos três candidatos a decidir, que são Jairo Barbosa, ex-secretário de Esportes de Inhumas, o Zé Rui, ex-presidente do Sindicato Rural, e o ex-vice prefeito de Inhumas Davi Isaías. Para deputado federal apoiaremos a deputada Flávia Morais e o deputado Sandes Junior (PP).
Nesse ano aconteceu uma situação atípica. O Sr tirou o dinheiro do carnaval e acabou investindo na infraestrutura da cidade…O nosso carnaval estava orçado em 270 mil reais. Eu herdei uma frota muito sucateada e precisava de uma ambulância naquele momento. Diante disso, não realizamos o carnaval e com o dinheiro adquiri a ambulância no valor de R$ 65 mil e com o que sobrou, iniciamos há 20 dias a construção de uma escola no valor de R$ 150 mil. A população entendeu nossa decisão.

No primeiro ano vocês fizeram carnaval. O saldo foi ruim?
O saldo não foi ruim no evento, no município o saldo foi, pois, mesmo com toda a segurança, em alguns locais da cidade a violência infelizmente aconteceu.

Temos passado por uma crise na segurança publica em Goiás, principalmente na Região Metropolitana de Goiânia, da qual Inhumas também faz parte. A cidade vem sendo afetada com a crise?
O delinquente de Goiânia acaba praticando seus crimes em todos os locais onde ele anda, inclusive em Inhumas, que está a 35 km de Goiânia, por meio de via duplicada. Como parte da Região Metropolitana, temos vivenciado números crescentes relacionados à violência, embora contemos com Batalhão da Policia Militar muito atuante. Mas, comparados a outras cidades, estamos hoje na melhor situação na região metropolitana. Mas ainda são números que assustam.

O que mais que poderia ser feito hoje como um todo no Estado para diminuir esse problema da violência?
Policiamento preventivo e aumento de efetivo. O bandido tem que temer o policial na rua. Ele tem que saber que se ele cometer um crime a polícia vai estar lá na hora. Então todos esses fatores precisam funcionar para gerar o receio entre os bandidos. Além disso, tem que se investir em educação. Em Inhumas investimos em educação, pagando, desde janeiro de 2013, o piso salarial dos professores. Já temos duas escolas em tempo integral e queremos que todas, inclusive de ensino infantil, também sejam de período integral. Alguns países fizeram isso, como o Japão e a Coreia e deu certo.

Como o Sr. avalia esse último governo do governador Marconi Perillo no geral. Foi positivo ou negativo?
Difícil fazer essa avaliação. Nesses três anos e meio de gestão, ele buscou um trabalho de preparação da máquina pública, para depois executar grandes projetos e, hoje, vive o momento bom, produtivo, de entrega de obras. Eu falo por mim mesmo, já que o acesso a Inhumas melhorou muito, com a construção desses dois viadutos na saída de Goiânia. Eu vejo de forma positiva, pois o governo não ficou estagnado. Acredito que foi uma gestão positiva.

O Sr. acredita que ele tem gás para mais quatro anos de governo?
Ele está com 51 anos de idade, já no final do terceiro mandato de governador do Estado. Se ele vier a disputar essa reeleição é porque deve ter gás, vontade de fazer mais ainda pelo Estado. Se ele está pensando em ser candidato é porque deve estar muito empenhado.

A chapa de Iris Rezende com Armando Vergílio e com Ronaldo Caiado é uma chapa mais forte que as outras?
Iris Rezende é um grande líder político goiano e uma pessoa que merece respeito. Caiado tem uma reserva moral irretocável na política. Ninguém chega a 30 anos de vida publica com uma conduta irretocável como dele, mas entendo que essa formalização dessa chapa ocorreu de forma tardia. Já era para estar tudo definido nesse momento. Perdeu-se muito tempo com a briga interna.

O Marconi também não perde tempo já que não oficializou sua candidatura ainda?
Eu entendo que ele não oficializou publicamente, mas sua postura indica que concorrerá à reeleição. Se ele tivesse declarado publicamente há três meses talvez tivesse dificuldade para algumas composições. Aprovo sua postura, pois hoje conta com mais de 14 partidos na base.

O Caiado vai fazer falta para ele nessa eleição?
Ronaldo Caiado é um grande nome. Tem votos. Tem palanque. Tem ideologia. Eu não abriria mão dele em uma chapa.

O Sr. acredita que Marconi possa estar investindo em quantidade, já que perdeu esteios de suas eleições anteriores, como Caiado e Demóstenes Torres?
Também. Não vejo ninguém que se compare ao que Demóstenes Torres representou nas eleições de 2010 para Marconi. Era um nome suprapartidário e os números mostraram isso após as eleições. Não temos ninguém com essa envergadura hoje a ponto de ser aclamado. Mas Marconi ainda conta com a máquina funcionando a pleno vapor. Isso atrai muito. Fora isso, ele teve que abrir as portas, pois não conta com um nome grande como o de Demóstenes.

O que faria Marconi ou Iris serem derrotados nessas eleições?
Não apresentar um projeto de acordo com o que o eleitor espera.

O Sr. tem conversado com o eleitor? Como que esta o humor do eleitor dentro de Inhumas?
Nessas andanças o que a gente tem observado é um descrédito por parte da população com a classe política de um modo geral. O eleitor está alheio. O embate está mais nas cúpulas partidárias, nas militâncias, nas classes políticas e nos últimos 30, 40 dias é que o eleitor vai entrar de fato batalha eleitoral.

 

Marcley Matos

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