Cenário é de destruição em uma das maiores catástrofes naturais do país africano. (Foto: reprodução)
Mais de três dias após as chuvas que causaram inundações no Leste da Líbia, o governo divulgou que o número de mortos pode ultrapassar os 20 mil. Até agora, foram confirmados mais de 5,3 mil óbitos, porém, há registro de dezenas de corpos que chegam chegam à praia da cidade de Derna, trazidos pela água das enchentes. “O mar despeja constantemente dezenas de corpos”, disse Hichem Chkiouat, ministro da Aviação Civil do país.
Além disso, são mais de 10 mil pessoas desaparecidas, equipes de resgate tem dificuldades para realizar o trabalho e têm pedido mais embalagens para transportar os corpos. A suspeita de que pode ter morrido aproximadamente 20 mil pessoas foi constatada pelas próprias autoridades, após entrevistas à emissora da TV saudita Al Arabiya.
O chefe do Conselho Presidencial, que exerce a função de chefe de Estado no país, Mohamed al Manfi, também declarou que “a catástrofe excede a capacidade da Líbia” e chegou a insistir na urgência da ajuda internacional, que começou a chegar progressivamente devido ao difícil acesso à região rodeada de montanhas, submersa e isolada, sem eletricidade nem telecomunicações.
Vale lembrar que as chuvas provocaram o rompimento de duas barragens, localizadas a poucos quilômetros de áreas habitadas, que destruíram bairros inteiros e todas as pontes que atravessam o Rio Derna até o mar. Isso fez com que a comunicação fosse cessada de diversas formas na região, o que dificulta, ainda mais, a chegada de informações e, consequentemente, de ajuda.
Relatos divulgados por outros veículos de comunicação divulgaram que, enquanto a tempestade ocorria, foi possível ouvir grandes explosões de quando as barragens se romperam. As águas aumentaram e um rio que corre das montanhas, atravessa a cidade e deságua no mar chegou a ter ondas de sete metros de altura que destruíram tudo pelo caminho, levando as construções e os corpos das vítimas.
Além de tudo, apenas duas estradas a partir do Sul podem ser utilizadas, e essas implicam longo e sinuoso percurso pelas montanhas. Outro problema que implica a situação é que a Líbia permanece dividida por conta de conflitos geopolíticos e, com isso, tem duas administrações: uma no leste e outra no oeste. Apesar disso, a informação é de que ambas estão colaborando com os resgates e ajuda.