Um encontro com ampla participação e bem diversificado, com representantes de vários segmentos do setor cultural. Aliás, mais do que serem considerados representantes de diferentes setores, uma preocupação central dos participantes foi a de dar o viés de unidade da Cultura. Esse é o resumo da primeira edição dos Diálogos com Goiás, realizada nessa segunda-feira (28/3) em Goiânia sob coordenação do deputado federal Thiago Peixoto (PSD-GO).
A ideia do movimento é fazer um trabalho inverso ao que normalmente é feito pelos partidos e grupos políticos. Sempre que se aproxima um processo eleitoral, um projeto ou plano de governo é feito e apresentado. “Nossa ideia é inverter a lógica. Estamos indo aos setores e à sociedade civil organizada para que ela participe diretamente da construção. Não é aquela história do que eu ou o PSD quer para Goiás e sim do que a sociedade quer e vai construir”, explica Thiago.
Participaram do encontro o presidente do PSD, Vilmar Rocha, o deputado federal Heuler Cruvinel e o deputado estadual Francisco Júnior. “A proposta é fundamental para a construção de um projeto pensando no futuro. Faz a gente enxergar as coisas de forma nova, diferenciada. É um novo ângulo de visão, a partir dos artistas. Garanto a você que saio daqui muito mais enriquecido”, disse Vilmar Rocha.
A reunião contou com a presença de nomes conhecidos da cultura goiana como Amaury Menezes (artista plástico), Edval Lourenço (escritor), Geraldo Coelho Vaz (escritor), PX Silveira (agitador cultural), Xexéu (músico), Christie Queiroz (cartunista e produtor cultural), Agnaldo Coelho (artista plástico), Fernando Santos e Leo Bigode (produtores culturais) e Homero (grafiteiro). “Um projeto interessante para a Cultura seria acabar com as caixinhas, com a segmentação. Precisamos enxergar a Cultura como um todo. Os artistas precisam trabalhar nesse sentido e o poder público precisa ter essa dimensão também”, disse Christie, criador do conhecido personagem Cabeça Oca.
Débora Torres, produtora cultural, entende que o modelo de construção do Diálogos é fundamental. “É essencial essa abertura para o diálogo antes de construir qualquer projeto. A expectativa é boa e acredito que temos muito a contribuir e avançar”, salientou. Nos debates, foram colocados pontos importantes como financiamento, a questão dos editais públicos para a área e a necessidade de fomento da Cultura em Goiás e de aumento da presença dos goianos em outros mercados nacionais e até internacionais. “O governo precisa colocar a Cultura no patamar de outras áreas essenciais como Saúde, Educação e Segurança, por exemplo”, afirmou o produtor Sandro Torres.
Thiago Peixoto, que assumiu recentemente a presidência da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, fez um balanço positivo do encontro. “Essa primeira edição foi experimental. Mas o resultado foi muito bom. Acredito que começamos pela área correta que é a Cultura. A qualidade do debate foi elevada e as contribuições foram muito grandes. Agora, de nossa parte, temos que dar o respaldo, colocando no papel as propostas e ir ajustando na construção desse projeto. Os Diálogos com a Cultura não se encerraram nessa noite, eles continuam com a elaboração do plano. Os artistas vão participar nos ajudando a ajustar todos os pontos”, explica.
Os próximos encontros dos Diálogos são com o setor produtivo, com representantes da Economia Digital e Colaborativa e com o Meio Ambiente. “Queremos fazer essa ideia chegar aos mais diferentes setores da nossa sociedade. Se as pessoas reclamam que não têm a oportunidade e nem o espaço para falar, estamos possibilitando isso. Vivemos um período de divórcio entre a sociedade e a política. E nada melhor do que diálogo para resolver problemas no casamento”, conclui Thiago.