Membros do governo estadual envolvidos no projeto de implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na Avenida Anhanguera – e o próprio governador – não se entendem sobre a viabilidade da obra. Eles temem que o início dos trabalhos gere desgastes durante a campanha eleitoral do ao que vem. Como mostrou o Diário de Goiás, o VLT, que é uma das principais promessas de campanha de Marconi Perillo, se iniciado, não vai ficar pronto até o fim do mandato dele.
A indefinição foi assunto de reportagem da jornalista Fabiana Pulcineli, no Jornal O Popular desta quinta-feira (13). Veja o texto na íntegra, disponível, para assinantes, no site do Jornal:
“VLT
Dúvida sobre efeito político pode adiar início de projeto
Prazo de execução e situação delicada do sistema de transporte coletivo são avaliados por governistas, que temem desgaste por obras não finalizadas
Fabiana Pulcineli
13 de junho de 2013 (quinta-feira)
Em dúvida sobre os efeitos políticos da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera, em Goiânia, o governador Marconi Perillo (PSDB) pretende intensificar o debate sobre o projeto até a próxima semana. Como o Giro revelou terça-feira, o governo avalia adiar ou desistir da implantação do novo sistema.
Grupos no governo estão divididos sobre o início de execução do projeto, que já teve o edital de licitação finalizado. Basta apenas análise final, inclusive do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para ser lançado, o que será possível na próxima semana, segundo o presidente do Grupo Executivo de implantação do programa, Carlos Maranhão.
O que pesa no caso é o fato de a obra exigir pelo menos dois anos para ser finalizada. Caso seja iniciada este ano – a previsão é agosto ou setembro, se a licitação for lançada semana que vem –, a implantação apresentaria transtornos aos usuários do transporte coletivo e comerciantes da região em plena campanha eleitoral.
Além disso, o governador avalia que o setor de transporte coletivo passa por momento delicado, por conta dos protestos pelo aumento da tarifa e as cobranças por melhorias do serviço. Marconi também disse ao POPULAR na semana passada que está avaliando todos os compromissos feitos e só iniciará obras que poderão ser finalizadas neste mandato. A avaliação é de que há um peso negativo contra o governo por obras não finalizadas.
O presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, disse ontem ao Papo Político, na CBN Goiânia, que o projeto deve ser mais bem discutido com a população. “É uma obra que vai intervir muito fortemente numa região de alta densidade populacional e onde transitam 240 mil pessoas por dia. Se tivéssemos segurança de que a obra seria iniciada e finalizada dentro deste governo, não teria dúvidas em relação ao início. Mas como não há condições, tem de haver um pouco mais de cuidado e aprofundar mais ainda esse debate.”
Maranhão diz que é possível melhorar o planejamento para minimizar os transtornos para usuários e comerciantes e defende que o processo seja iniciado dentro do cronograma estabelecido. “Trata-se de uma obra que não é de governo, mas de Estado. E é uma grande obra, que, entre planejamento e execução, leva mais de quatro anos. Não temos de pensar se dá tempo de terminar e sim fazer o que é necessário fazer. É uma obra que requalifica o sistema de transporte.”
Ele também considera que é possível fazer a implantação em etapas, reduzindo os efeitos negativos.
O governador vai ouvir representantes dos comerciantes e buscar mais informações sobre o entendimento e apoio da população à obra. Como o sistema do Eixo Anhanguera tem boa avaliação popular, há dúvidas a respeito do momento certo para mudá-lo.
O presidente da Fecomercio, José Evaristo, disse ontem ao Giro que considera acertada a possibilidade de adiar as obras.”