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Desenvolvimento integral do potencial humano na vida, na carreira e nas organizações

Criemos um paralelismo entre dois temas distintos, para que o segundo, que é mais complexo, seja mais facilmente compreendido na comparação com o primeiro, que é mais simples.

Hoje em dia, todos os pais dedicados hão de concordar, faz-se necessário incluir na orientação de nossas crianças uma constante reeducação alimentar. Por que? Porque há tantos alimentos de baixo valor nutritivo no mercado quanto existem estrelas no céu. Considerando-se que esses alimentos ruins são saborosos e elaborados justamente para seduzir, e oferecidos por meio de campanhas agressivas de marketing, não é difícil que uma criança se torne viciada neles, e deixe de consumir o que realmente precisa para ter um crescimento fisiológico saudável. Mais cedo ou mais tarde, uma pessoa que só se alimenta fora das referências recomendadas pela ciência, enfrentará problemas de saúde, e sentir-se-á mal. Todos nós conseguimos compreender essa questão, ainda que nem todos estejamos bem preparados para reeducar nutricionalmente nossas crianças e a nós mesmos.

Da mesma forma, compreendo que, no mundo contemporâneo, o assunto do Desenvolvimento Integral do Potencial Humano deveria ser dominado por todo e qualquer cidadão. Obviamente, quando me refiro à necessidade desse domínio, não estou falando de um conhecimento acadêmico, mas sim de um conhecimento de aplicação cotidiana. Assim como não preciso ser nutricionista para aprender a cuidar da qualidade da alimentação de minha família, também não preciso ser um psicólogo ou um filósofo da antropologia para cuidar do meu próprio desenvolvimento. O fato é que esse assunto é de extrema importância para a vida de cada indivíduo, família e organização, mas precisamos torná-lo disponível para todos, comparavelmente àquilo que certas políticas públicas têm realizado no campo da nutrição.

Os avanços atuais da Ciência do Desenvolvimento ajudam-nos a compreender com bastante clareza a diferença entre os fatores vivenciais que conduzem ao Florescimento e aqueles que conduzem ao Murchamento psíquico, um tema também conhecido pelos psicólogos com o nome de Bem-Estar ou Mal-Estar Subjetivo. Como existem muitas armadilhas sedutoras no mundo pós-moderno (fale-se até mesmo na pós-verdade), ideias que se espalham todos os dias sobre o que constitui o bem viver e o sucesso, todas elas ligadas a interesses comerciais, políticos e até mesmo aquelas disfarçadas sob o manto da ciência, da filosofia e da religião (não me refiro à Ciência, à Filosofia e à Religião com C, F e R maiúsculos), é necessário reeducar as pessoas para que elas conheçam melhor os princípios que servem de alavanca para uma vida muito mais plena, e desenvolvam, por si mesmas, um processo racional e crítico sobre o que de fato desejam fazer com suas vidas em cada encruzilhada.

O Wokshop Plenitude é um programa de iniciação ao tema da Ciência do Desenvolvimento Integral do Potencial Humano que pode ser feito por qualquer um. A inovação educacional que o programa representa é a de trazer, pela primeira vez, para um público bem amplo e diversificado – já que integra transversalmente a grade de pós-graduação do IPOG em todo o Brasil – o casamento entre os estudos da Visão Integral e de Psicologia Positiva em um formato extremamente dinâmico, incluindo a gamefication (ludicidade).

Houve quem me desaconselhasse trabalhar com esse conteúdo para um público não especializado. O primeiro argumento que ouvi de conhecidos contrários ao projeto foi o de que uma parte dos alunos não teriam maturidade para as reflexões existenciais, que são, de fato, bastante profundas. Minha defesa do workshop nesse sentido foi a de que nossa missão era justamente a de promover o amadurecimento. Não podemos esperar que alguém esteja plenamente maduro para depois apresentar-lhe os resultados da ciência do desenvolvimento dos potenciais humanos, pois pode ser que, então, seja tarde demais para ajudá-lo a viver melhor. Quanto antes conseguirmos levar uma criança a compreender os impactos de uma alimentação saudável, maiores as chances de ela obter benefícios de saúde em sua vida. O mesmo serve para o tema do Plenitude, com a diferença que ele foi elaborado com uma linguagem adequada a jovens adultos (a partir de 21 anos).

Outro argumento pessimista que ouvi algumas vezes foi de que alunos de áreas de exatas (engenheiros, por exemplo), poderiam não se interessar por uma ciência que é da área de humanas. Contudo, fomos uníssonos em aprovar a proposta de universalizar o curso, porque entendemos logo que trataríamos de questões fundamentais na vida de todas as pessoas. Por sinal, gostaria de explicar também os benefícios de se ensinar o desenvolvimento integral nos âmbitos da carreira profissional e de desenvolvimento organizacional.

Para a Carreira: uma pessoa desenvolvida (segundo os critérios do Plenitude) possui um elevado nível de autoconhecimento. Aprende a observar o seu próprio perfil, tem consciência de suas preferências e, principalmente, conhece as suas forças de caráter, suas inteligências e os valores críticos que motivam as suas principais decisões.

Além disso, esta pessoa mais desenvolvida, já refletiu bastante sobre o seu propósito no mundo, e decidiu como utilizará as suas forças para realizar projetos essenciais, sem perder-se em atividades de baixo valor humano e ou profissional.

É como se soubesse viver segundo uma dieta de atividades benéficas, para si e para os outros, fenômeno também conhecido como Ética. Ser ético é saber buscar o seu próprio bem-estar sem fazer com que as outras pessoas sofram nesse processo de busca. Ser sábio é ir um passo além, aprendendo a transformar os seus talentos em dádivas para a sociedade. Já se sabe que a carreira das pessoas desprendidas é mais agradável (destituída de conflitos) e muito mais longeva do que a carreira de pessoas que vivem apenas para os seus próprios interesses ou interesses de grupos restritos.

Para o Desenvolvimento Organizacional: qual organização não se beneficiaria tendo pessoas mais desenvolvidas e maduras em seus quadros? O que mais ouvimos hoje, no chamado mundo corporativo, são reclamações sobre a falta de visão sistêmica dos colaboradores, a incapacidade dos líderes em buscarem de forma genuína o crescimento de seus liderados, o conflito gerado por líderes que possuem baixa sensibilidade (60% dos trabalhadores norte-americanos prefeririam trocar de chefe do que receber um aumento salarial, segundo dados apurados pela consultoria Gallup), desconsiderando a importância da liderança integral.

Necessitamos de grandes transformações no mundo corporativo. A primeira delas, que é uma transformação radical, é a de trocar o foco primário que hoje é por resultados capitais, pelo foco em desenvolvimento das pessoas. Toda organização, de qualquer setor, precisa se transformar em Escola de Florescimento do Potencial Humano. Para que esse novo resultado possa ser alcançado, as empresas deverão sim ter como foco secundário, o atingimento de resultados, pois sem este segundo foco, o primeiro não pode ser resolvido.

As organizações que tiverem a coragem de dar esse passo decisivo, invertendo a fórmula atual do capitalismo para criar um verdadeiro humanismo, verão seus resultados multiplicarem-se de modo assombroso. Mas os resultados não poderão ser controlados como acontece hoje. Terão de desdobrar-se de modo bastante natural, orgânico, como consequência do processo de crescimento e amadurecimento das pessoas, dentro de um clima criativo, cheio de empolgação e iniciativas nascidas de motivações intrínsecas.

Esse é o futuro das organizações em que os líderes sejam realmente sábios. Faço aqui uma reverência ao meu saudoso pai, Domingos Alves Meira. Ele foi o grande responsável por incentivar a minha carreira esportiva na natação. Ora, como todo bom pai deve pensar, ele não estava muito preocupado em que eu chegasse a integrar a seleção brasileira, que batesse um record mundial na minha categoria, que ganhasse bolsa de estudos para estudar em universidades no exterior.

O que ele queria realmente era que eu crescesse e amadurecesse em um contexto de desafios saudáveis, que desenvolvesse as minhas habilidades e os meus talentos, que confiasse mais em mim mesmo, que aprendesse a trabalhar em equipe e me sentisse de bem com a vida. Se ganhasse as tais medalhas, ele pensava, isso seria um subproduto, uma consequência boa, mas o objetivo primário dele era o meu bem-estar e o meu crescimento. Deu certo!

Luciano Alves Meira – Diretor de Metodologia do IPOG e Sócio Fundador da Caminhos.

Laura Santos Braga

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