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Categorias: Informativo
| Em 8 anos atrás

Desdobramentos das citações da Lava Jato podem frustrar opinião pública

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Editorial do jornal Folha de S. Paulo (10) aponta que os depoimentos dos executivos e ex-executivos da Odebrecht, com o intuito de incriminar o governador Marconi Perillo, vão servir de argumento para a defesa pelas incongruências apresentadas e pelas informações desencontradas. Pelo que se depreende, não há consistência nos depoimentos, o que leva a crer que não se confirmam as citações.

Reportagem publicada como manchete principal da edição do último domingo (7) do mesmo jornal trouxe “exemplos fartos” que ilustram a constatação básica de que as citações não contém um perfil que coaduna com a realidade, carregando em si “informações contraditórias ou inconsistentes” prestadas por eles.

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Versões distintas de três delatores a respeito de caixa dois nas eleições estaduais de 2010 evidenciam a inconsistência das denúncias. “O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), teria obtido, por caixa dois, R$ 200 mil, R$ 500 mil ou R$ 2 milhões em 2010, conforme três versões distintas?”. Este é um ponto fundamental levantado pelo jornal, mostrando que as citações são inconsistentes e podem não ter fundamento, porque poderiam estar citando de ouvir dizer, o que para a justiça não quer dizer nada, não é material de prova. Muito pelo contrário, insinua a reportagem.

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Outro ponto de interrogação merece ser observado com esmero. No Maranhão, o governador Flávio Dino (PC do B) teria recebido R$ 200 mil, como disse um deles em uma citação, ou R$ 400 mil, “como consta da peça elaborada pela Procuradoria-Geral da República? E por que a verba seria concedida em troca do avanço de um projeto de lei que acabou arquivado?”

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Os casos em questão vão demandar apuração profunda e complexa, talvez inconclusiva, e, em pontos específicos e primordiais, “apontará a inocência de suspeitos”. É importante ressaltar ainda que, mesmo com a expectativa geral de depuração dos quadros políticos do país, “suscitada pelos feitos inauditos” das citações, é salutar ter em mente que, no plano judicial, “a maior parte das investigações mais chamativas ainda ensaia seus primeiros passos”.

  Os depoimentos arrolados embasam o farto volume de inquéritos e petições que, desde o mês passado, sob a égide do Supremo Tribunal Federal (STF) e de cortes inferiores, lançou suspeitas sobre as cúpulas do Executivo, do Legislativo e dos principais partidos nacionais. Em comum, as dezenas de políticos mencionados “receberam recursos da empreiteira, sócia confessa” do esquema que motivou a investigação.

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É temerário afirmar, no momento, que os delatados tinham conhecimento da origem do dinheiro e proporcionaram vantagens à doadora. “Há longo caminho a percorrer. Delações precisam ser corroboradas por evidências, mas a imprecisão dos testemunhos já mostra que nem todos serão comprováveis”.

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