Os deputados federais que integram a base governista ingressaram com mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (3) com pedido de anulação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Para a base, a atitude do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), que aceitou o pedido de abertura do processo nesta quarta-feira (2), foi motivada após parlamentares petistas votarem a favor da continuidade do processo de cassação no Conselho de Ética da Casa contra o presidente.
“Esse mandado é para barrar o ato, anulá-lo e sustar seus efeitos. Não é para pedir seu afastamento da presidência da Câmara dos Deputados. Isso está sendo protocolado na PGR [Procuradoria-Geral da República] por meio de outras representações”, afirmou o deputado Wadih Damous (PT).
Segundo o parlamentar, o mandado alega abuso de poder e desvio de finalidade por parte de Eduardo Cunha. “Ele está usando o cargo primeiro para promover sua defesa no Conselho de Ética, inclusive obstaculizando ou tentando obstaculizar a tramitação no Conselho de Ética”, disse.
Ainda de acordo com Wadih Damous, Cunha estaria usando o pedido de impeachment para “desviar o foco da opinião pública de sua condição de investigado e indiciado no STF, e de réu numa representação no Conselho da Câmara dos Deputados”, ressaltou.
“Ele quer ganhar no tapetão, mas vamos recorrer no STF de forma a evitar que essa violação à Constituição seja praticada. Quem está no centro do furacão é o Cunha”, opinou o deputado Paulo Teixeira (PT). Já o deputado Zé Geraldo (PT) disse “É um ato de vingança, mas o Congresso Nacional terá sabedoria e a democracia irá vencer”.
O objetivo dos parlamentares é que o pedido apresentado ao STF seja analisado com rapidez e deferida a liminar. “Como há pedido de urgência, presumo que entre hoje e amanhã tenhamos posicionamento do ministro para o qual for distribuída a peça”, concluiu Wadih.
Com informações da Agência Brasil