O deputado estadual Cairo Salim (Pros), protocolou um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que propõe a proibição de atletas transexuais a participarem de competições esportivas em Goiás.
O texto do deputado descreve o atleta transexual como ”inconformada com o sexo biológico ao qual pertence, opta pela alteração cirúrgica do corpo afim de estimular o sexo biológico oposto ao seu ou pela alteração do registro civil para fazer constar nome comum ao sexo biológico oposto ao do seu nascimento”.
Na opinião do deputado, a ideologia de gênero é ”desastrosa”. Ainda de acordo com Cairo, a proposta vai combater injustiças geradas ao permitir que atletas transexuais participem de alguma modalidade esportiva do sexo oposto ao nascimento.
O projeto prevê a proibição e expedição de alvarás para permitir a participação de transexuais em eventos esportivos. Além disso, atletas que se encaixam neste perfil serão excluídos do Bolsa Atletismo, benefício concedido pelo governo de Goiás ao atletas do estado. O descumprimento poderá gerar uma multa de R$ 10 mil.
A transexualidade já é uma questão compreendida pela medicina e pela psicologia. Trata-se de uma condição. A pessoa nasce com ela por não se identificar com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer. E não, necessariamente, ela se submete a uma cirurgia ou tratamento hormonal para adequar suas características ao gênero oposto.
A chamada cirurgia de redesignação sexual já é realizada em hospitais de Goiás, inclusive em unidades públicas de saúde. As pessoas trans passam por acompanhamento multiprofissional até a realização do procedimento, que pode ou não ser um desejo de quem convive com essa condição.
Na justificativa do projeto, o deputado Cairo Salim cita o caso da jogadora Tifanny Abreu, que é uma mulher trans e que joga na liga nacional de vôlei pelo time do Osasco, em São Paulo.
“Não é admissível conferir direitos com base na ilusão pseudo-científica e no prejuízo de outros. Esta realidade, da invasão de atletas transexuais sobre os esportes femininos, já se impõe sobre o Brasil, como se pode ver da participação da atleta transexual Tifanny Abreu no circuito de vôlei feminino nacional”, diz trecho do texto do deputado.
O deputado ainda afirma que, se nada for feito, surgirá um contingente de atletas mulheres frustradas e ejetadas da cultura do esporte. “Tenhamos a coragem necessária de defender nossas filhas, irmãs e mulheres, pois uma tirania se avizinha sobre elas”, afirma.
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