O deputado democrata John Lewis, um dos líderes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos na década de 60, enviou uma carta para o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, nesta sexta (26) na qual diz ter “fortes preocupações” com o aumento da “ameaça à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito no Brasil”.
A carta é semelhante à assinada por um grupo de congressistas americanos enviada no mesmo dia para Pompeo. Lewis, no entanto, ao contrário dos colegas, não cita o nome de Jair Bolsonaro no texto.
O homem que lutou ao lado de Martin Luther King escreveu que “a retórica da recente eleição, a violência política, os relatos de notícias falsas e a desinformação pavimentam o caminho em direção a um declínio perigoso em um país no qual muitos têm esperança e fé.”
Escreve também que é fundamental que o Departamento de Estado monitore as eleições e continue um “parceiro comprometido em apoiar esses valores compartilhados, independentemente dos resultados” do pleito.
Lewis pede ainda que o órgão “condene de forma inequívoca a violência e os ataques a trabalhadores, minorias, mulheres e comunidades marginalizadas” do país, relembrando o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, em março deste ano, e do mestre de capoeira Moa do Katendê, morto em outubro após uma discussão política.
Ele diz que as autoridades dos Estados Unidos devem deixar claro que são inaceitáveis “ameaças políticas, assassinatos extrajudiciais e brutalidades sem limites.”
“Os Estados Unidos não podem ignorar a ascensão da xenofobia e do extremismo e o declínio da democracia e dos direitos humanos em nosso vizinho e amigo”, escreveu. “Silêncio e inação não são opções.” (Folhapress)
{nomultithumb}