A ida de Sérgio Moro prestar esclarecimentos sobre os vazamentos publicados pelo site The Intercept enquanto era juiz que conduzia os processos da operação Lava-Jato terminou com muita confusão, gritaria e dedos em riste para todos os cantos. A sessão estava sendo conduzida quando o deputado federal Glauber Rocha, do PSOL chamou o ministro da Justiça de “ladrão”, fazendo uma analogia a um juiz de futebol que rouba o jogo e favorece uma equipe. A base do presidente da República, Jair Bolsonaro não ficou nenhum pouco contente com a comparação e foi para cima do deputado pesolista pedindo para que se retratasse. A sessão ficou suspensa por aproximadamente cinco minutos e quando foi retomada o ministro já não estava na sala. Durou sete horas e teve de ser encerrada com nervos a flor da pele.

Glauber Rocha fez uma analogia em que comparava a atuação do juiz na condução da Lava-Jato à um árbitro de futebol que dava instruções a um time favorecido. “No intervalo, esse juiz desce ao vestiário junto com o técnico para poder orientar o time que tá vencendo a partida a partir dessas manobras e ao final desse jogo viciado, a família desse juiz comemora nas redes sociais a vitória do time que foi vencedor a partir dessa manobra. Se não fosse suficiente, meses depois, o juiz muda de função, não é mais árbitro de futebol e ele passa a ser da diretoria do time que ele ajudou a vencer a disputa”.

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Por fim, concluiu dizendo que Sérgio Moro entrará para a história deste país. Não como um herói, como alguns o defendem. “Da história, o senhor não pode se esconder e o senhor vai estar sim nos livros de história como um juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão. É isso que vai estar nos livros de história”. A partir daí, começou o bate boca. Glauber ainda teve alguns segundos para concluir sua fala antes que a confusão se generalizasse. “A população brasileira não vai aceitar como fato consumado um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa para fazer com que a democracia brasileira fosse atingida. É o que o senhor é: um juiz que se corrompeu e ladrão”.

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Após sete horas de sessão, Sérgio Moro aproveitou para se retirar. “Era isso que vocês queriam, que a sessão acabasse. Vocês já estavam pedindo isso”, disse uma deputada. O líder da bancada do PSL, Filipe Barros, chegou a dizer que a deputada que conduzia a audiência não tinha pulso. “Encerre a sessão porque a presidente não tem pulso para conduzir a sessão”. Deputados pediam respeito por parte de Filipe, mas não teve jeito: a audiência foi retomada, mas Sérgio Moro já não se fazia presente e foi encerrada.

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