A deputada estadual Rosângela Rezende (Agir) se manifestou ao Diário de Goiás sobre o atrito verbal com o também deputado Amauri Ribeiro (UB) ocorrido na quinta-feira, 14. Ela sinalizou que não vai admitir reincidência no que classifica como violência política de gênero, praticada por Ribeiro, mas não confirmou se vai agir neste sentido agora.
“O caminho é o diálogo com as procuradoras adjuntas, o presidente da Casa [Bruno Peixoto (UB)], a Corregedoria, considerar o regimento interno etc. A partir daí, caso esse tipo de conduta continue a acontecer, tomaremos as medidas legais cabíveis por prática de violência política de gênero”, informou.
A reportagem havia procurado a parlamentar na sexta-feira, 15, para saber se ela vai tomar alguma medida formal, considerando que Rosângela é a Procuradora da Mulher da Assembleia e teve embate com Ribeiro na defesa de outra deputada, Bia de Lima (PT). A deputada não foi localizada para a reportagem que foi publicada sem sua versão. Depois, Rosângela Rezende enviou duas notas à Redação do DG.
“Tomei a decisão de me posicionar na tarde de ontem [quinta-feira, 14] sobre as atitudes do deputado Amauri Ribeiro em relação ao tratamento dispensado à deputada Bia de Lima porque acredito que esse tipo de conduta não é produtiva às atividades do Parlamento e perpetua padrões que são pouco saudáveis à vida política.
O objetivo era chamar a atenção dos colegas ao fato de que certos comportamentos ultrapassam o debate das ideias e nos atingem, como mulheres, em outras instâncias. Como primeira Procuradora Especial da Mulher da Casa, era meu dever fazer esse alerta.
E também porque são condutas que prejudicam e empobrecem a discussão de projetos que são caros ao nosso estado. Não foi um ataque pessoal, mas um alerta de que precisamos respeitar os limites da civilidade.
Creio que a mensagem foi compreendida, visto que outros colegas subiram à tribuna em seguida para reiterar a importância de mantermos um debate cível e respeitoso.
Assim, confio nas intenções dos pares em focarmos na discussão de projetos e matérias que tramitam na Casa, sem que esses limites sejam ultrapassados.”
Ao ser questionada sobre qual medida tomará, a parlamentar enviou uma nota complementar.
“A luta das mulheres, na política e fora dela, é histórica. Não começou hoje e nem vai acabar tão cedo. As Procuradorias Especiais da Mulher nas diferentes Casas Legislativas do Brasil têm tido grandes conquistas, dando um basta no silêncio colonial que nos embarga a voz e nubla nossa representatividade.
Ontem, fizemos um alerta. Existe uma lei. Os colegas se manifestaram, os ânimos se acalmaram. Agora, o caminho é o diálogo com as procuradoras adjuntas, o presidente da Casa, a Corregedoria, considerar o regimento interno etc. A partir daí, caso esse tipo de conduta continue a acontecer, tomaremos as medidas legais cabíveis por prática de violência política de gênero.”