Em um tweet publicado na manhã deste sábado (23), o presidente americano Donald Trump retirou o tradicional convite para que o mais recente campeão da NBA -no caso, o Golden State Warriors-, visitasse a Casa Branca.
Os Warriors não haviam decidido se aceitariam o convite, e na sexta-feira (22), o diretor-geral da equipe, Bob Myers, disse que o assunto estava sendo discutido com a Casa Branca.
A recusa de Trump foi motivada por uma declaração do principal jogador do time, o armador Stephen Curry, que na sexta-feira disse que não ir à Casa Branca porque “poderia inspirar alguma mudança sobre o que nós toleramos neste país, sobre o que é aceitável e o que nós nos recusamos a ver”.
Em resposta, Trump tuitou que “ir à Casa Branca é considerado uma grande honra para um time. Stephen Curry está hesitando, então o convite está retirado”.
O gesto de Trump rendeu críticas de jogadores da NBA e também da NFL, liga profissional de futebol americano.
LeBron James, do Cleveland Cavaliers, tuitou “ir à Casa Branca era uma honra antes de você aparecer”, e Lesean McCoy, do Buffalo Bills, escreveu na rede social que “é realmente triste, nosso presidente é um idiota”.
A visita do campeão de alguma das ligas esportivas do país começou em 1963, com John Kennedy, e se tornou tradição no mandato de Ronald Reagan (1981 a 1989).
O Golden State Warriors afirmou, em comunicado, que acreditam que “não há nada mais americano do que o direito dos cidadãos de se expressarem livremente sobre os assuntos que são importantes para eles”, e que em vez da visita à Casa Branca, vão aproveitar uma viagem para Washington em fevereiro para “celebrar a igualdade, diversidade e inclusão- valores que abraçamos como organização”.
NFL
Foi a segunda briga de Trump com esportistas em 24 horas. Na noite de sexta-feira (22), em um discurso no Alabama, ele criticou jogadores da NFL que ficam sentados, ajoelhados ou com os punhos erguidos durante a execução do hino nacional americano em partidas do campeonato.
A prática é um protesto contra a discriminação racial no país, e começou em 2016 com Colin Kaepernick, ex-jogador do San Francisco 49ers.
“Vocês não gostariam de ver um dos donos da NFL dizer ‘tirem esse desgraçado do campo agora mesmo, ele está demitido!’, quando alguém desrespeita nossa bandeira?”, disse o presidente americano durante seu discurso.
(FOLHA PRESS)