O depoimento do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, na Operação Lava Jato, foi mantido pelo juiz federal Sérgio Moro para esta sexta-feira (29), às 14h, na sede da Justiça Federal, em Curitiba. A defesa de Dirceu tinha pedido ao juiz que adiasse a oitiva até que o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, finalizasse as negociações sobre acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
No entanto, Sério Moro negou o pedido e explicou que os advogados não têm direito de saber se o acordo de delação premiada está em andamento. O juiz ainda ressaltou que não previsão legal para adiar o depoimento antes das declarações de delatores.
Segundo a defesa, José Dirceu não ficará calado durante o depoimento e esclarecerá todos os fatos que foram atribuídos a ele. Os advogados também argumentaram que a fase de oitivas será encerrada nesta sexta-feira e, assim, o depoimento deveria ser feito depois que Dirceu tomasse conhecimento prévio de todos os fatos imputados a ele.
Além de Dirceu, outros 15 investigados na Operação Lava Jato foram denunciados por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A acusação contra Dirceu foi fundamentada em declarações de Milton Pascowitch, em delação premiada.
De acordo com o delator, Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao ex-ministro, teria recebido pagamentos. O dinheiro, segundo os procuradores, teria saído de contratos entre a empreiteira Engevix e a Petrobras.
O ex-ministro está preso de forma preventiva desde agosto de 2015 em Curitiba. A defesa de Dirceu afirma que a denúncia não possui provas suficientes. A acusação, segundo os advogados, foi formada apenas com declarações de investigados que firmaram acordos de delação premiada, o que é chamado de teoria do domínio do fato.
Com informações da Agência Brasil