A promotora de Justiça Paula Moraes de Matos ofereceu denúncia contra quatro pessoas envolvidas em estelionato, ao fraudarem a obtenção de cartões de crédito da empresa Nubank, em Padre Bernardo. Segundo apurado, entre os anos de 2016 e 2017, Josemar Alves Soares passou a chefiar um esquema com o fim de fraudar a obtenção de cartões de crédito da empresa Nubank, com auxílio de Paula Aparecida Alves, Giovani da Silva Martins e Bruno Menezes de Godoi, todos denunciados pelo Ministério Público.

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Conforme constatado, em razão do cargo que ocupa no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Giovani obtinha dados de motoristas através do cadastro da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e os repassava a Josemar. Já Bruno e Paula, por orientação de Giovani, cooptavam outros indivíduos, que lhes forneciam seus celulares, para download do aplicativo do Nubank, ou fotos 3×4 de si mesmas.

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Assim, de posse dos dados legítimos dos motoristas, fornecidos por Giovani, bem como dos celulares e fotos dos comparsas, Josemar confeccionava CNHs falsas, utilizando os dados verdadeiros das vítimas (nome, filiação, data de nascimento, CPF, dentre outros), porém, inserindo as fotos 3×4 dos coautores. Para dar sequência ao golpe, Josemar utilizava a documentação falsa para solicitar cartões de crédito por meio do aplicativo da empresa. 

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Além disso, em uma das etapas do pedido, o Nubank exige que o interessado envie fotos de seu documento de identificação, assim como uma “selfie” (autorretrato) segurando o documento, a fim de comprovar que a documentação enviada pertence ao solicitante do cartão. Assim, por orientação de Josemar, as pessoas cooptadas tiravam a “selfie” segurando as CNHs falsas, nas quais eram inseridas as fotos 3×4 fornecidas, burlando, assim, o sistema de reconhecimento facial do Nubank, de forma que a empresa acreditava que os dados falsos lançados nas carteiras pertenciam aos indivíduos que tiravam as fotos. 

Ainda segundo apurado na ação, quando o pedido do cartão de crédito era aprovado, esse era enviado a Josemar, que utilizava a totalidade do crédito fornecido comprando cervejas e, em seguida, as revendia na cidade, por valor igual ou inferior. Os indivíduos cooptados, que forneciam os aparelhos celulares e as fotos 3×4 recebiam, em contrapartida, parte do produto obtido pela venda das bebidas.

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Na denúncia oferecida, os mentores do esquema, Josemar Alves Soares, Paula Aparecida Alves, Giovani da Silva Martins e Bruno Menezes de Godoi foram denunciados por estelionato, associação criminosa, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. Foi requerido, ainda, o desmembramento dos autos, haja vista a necessidade de se apresentar denúncia contra, aproximadamente, 30 pessoas que também participaram do esquema. 

Segundo esclarece a promotora, essas pessoas foram divididas em dois outros grupos: aqueles que forneceram seus celulares e fotografias, que também serão denunciados por estelionato; e aqueles que, além de fornecer os celulares e fotografias, ainda cooptavam outras pessoas para a estratégia criminosa.

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