Foram protocolados nesta quarta-feira no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de Goiás, duas representações contra o deputado Major Araújo (PRP). O parlamentar não se diz arrependido das declarações dadas em um vídeo. Na ocasião ele xingou o presidente da Casa, Hélio de Sousa de “vagabundo”, “ladrão” e “integrante de uma quadrilha”, após não conseguir acesso a projetos do Pacote Fiscal. O governador Marconi Perillo também foi alvo de críticas. Major Araújo diz que tem imunidade parlamentar, vai recorrer no Conselho de Ética e destaca que não se sente arrependido.
Vídeo publicado na página oficial do parlamentar no Facebook
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“Arrependi não. O que deveria causar polêmica é esta questão de esconder processo. De fazer emenda e não colocar no Portal da Transparência. São problemas que acontecem e prejudicam nosso trabalho. O Conselho de Ética parece que foi criado pra mim, então vamos lutar. É mais uma que vou enfrentar. Não volto atrás em nada, estou coberto pela imunidade parlamentar”, destacou.
O deputado é reincidente. Ele já respondeu processo no conselho, mas recebeu apenas uma advertência por ter arremessado um tablet contra o deputado Talles Barreto (PSDB).O caso ocorreu em outubro de 2015. Major Araújo entende que são situações distintas.
“O Tablet eu reconheci o erro e era até motivo para Conselho sim. Foi aplicada em mim uma pena, uma censura pública. Agora neste caso aqui não. Tenho o direito de pronunciar”, afirmou Major Araújo.
Das duas representações feitas, uma foi realizada pelo presidente da Casa, Hélio de Sousa e outra por Henrique Arantes (PTB), com apoio de Júlio da Retífica (PSDB). O presidente disse que Major Araújo passou dos limites.
“Após analisar o conteúdo do vídeo, fiquei indignado. Acho que houve uma manifestação muito depreciativa, primeiro a este presidente desta Casa, depois aos demais deputados desta Casa. Entendo que pra tudo temos limites. Entendo que ele extrapolou”, afirmou.
Já o deputado Henrique Arantes entende que por conta do vídeo, o deputado precisa ser punido. “Assisti o vídeo. Coloquei o vídeo num CD, no processo. Elenquei as palavras de baixo calão como: “bandido”, “safado”, vagabundo. Isso não pode acontecer. Ele tem o direito de discordar, mas não de acatar. Ele precisa ser punido para aprender a controlar o que fala”, argumentou.
Depois que Major Araújo foi punido no caso do Tablet, o Código de Ética passou por revisão. Até então não cabia penalidades, após o episódio, foram acrescentadas ao código possíveis punições em casos de quebra de decoro parlamentar.
O presidente do Conselho de Ética, Humberto Aidar (PT), disse que Major Araújo terá um prazo para apresentar defesa. De toda forma, o petista entende que por conta da reincidência, Major Araújo deve ser punido, no mínimo com uma suspensão.
“Pesa. Não é a primeira vez. Pode ser suspenso em 30, 60, 90, dias. Cassação de mandato não. Acho que não chega a tanto. Mas suspensão de mandato cabe”, argumentou.
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