No apagar das luzes para as eleições da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia viu seu partido – o DEM – dar às costas de vez para Baleia Rossi, do MDB. A legenda, dividida há algum tempo com as investidas de Arthur Lira (PP), candidato de Jair Bolsonaro (sem partido), decidiu ficar isenta na disputa. A informação é da Folha de São Paulo.
É a evidência mais palpável da progressiva perda de capital político do deputado que presidiu a casa ao longo dos últimos quatro anos e meio. Ele tentava emplacar a candidatura de Rossi, que acabou se esvaziando ainda mais com o abandono do MDB. Apesar do DEM não ter manifestado apoio formal, o lobby de Maia em torno da candidatura peemedebista era uma sinalização de que, no final das contas, o partido iria apoiá-lo, tanto que ele já contabilizava os votos.
Rossi não é unanimidade mesmo nas legendas que declararam apoio prévio. Como a votação é secreta, suspeita-se que haverá traições no PT que teoricamente está no bloco do emedebista e em secreto, irão apertar a mão de Lira.
O PSL também trava uma disputa interna, nesse sentido. Uma ala ligada ao presidente Luciano Bivar tende seguir com Baleia, mas outro grupo de aproximadamente 18 parlamentares liderados pelo Major Vitor Hugo estão com Lira.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO) teve participação importante na decisão de seu partido em mudar os planos. Ele, ACM Neto, o ex-governador do Pernambuco Mendonça Filho e o ex-senador José Agripino articularam a mudança. Políticos ligados ao centrão comemoraram, haja vista que Baleia tinha várias bandeiras ligadas a partidos de esquerda em suas pautas.