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Direito e Justiça
| Em 2 meses atrás

Delegado é absolvido de acusações de estupro e embriaguez ao volante; advogado da vítima vai recorrer

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O delegado Kleyton Manoel Dias foi absolvido pela Justiça de Goiás das acusações de dirigir embriagado e estuprar uma miss trans, então com 23 anos, em Goiânia. Apesar da existência de provas que apontam para a possibilidade de violência sexual, a Justiça entendeu que não havia elementos comprobatórios suficientes de um estupro.

A decisão foi divulgada com exclusividade pela Tv Anhanguera nesta segunda-feira (16). O advogado da jovem, Cristiano Lustosa, que atuou como assistente de acusação, informou que pretende recorrer da decisão.

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Já o advogado do delegado, Valdemir Pereira, sustentou em nota à rádio CBN Goiânia, que não existiu um estupro e o caso seria uma falsa acusação de crime.

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Provas insuficientes

Na sentença, são citados indícios de que o ato sexual pudesse ter sido solicitado, mas também elementos que sinalizam uma relação consensual. Diante da dúvida sobre o consentimento da vítima, o magistrado optou pela absolvição por insuficiência de provas, ressaltando que não se tratava de falta de materialidade, como argumentou a defesa.

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“Há elementos para indicar que houve uma relação consentida; porém, ainda que um pouco menos fortes, também há elementos que se inclinam para a prática de violência sexual”, apontou o magistrado na decisão.

Quanto à acusação de embriaguez ao volante, o delegado admitiu ter ingerido duas doses de uísque, porém, segundo a decisão judicial, não havia provas suficientes de que essa quantidade fosse suficiente para configurar o crime.

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Defesa e MP falaram em recurso

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) também manifestou a intenção de recorrer da sentença, buscando a reversão da absolvição em instâncias superiores.

O laudo pericial constatou que houve incidentes sexuais e lesões graves na vítima, que poderiam ser compatíveis tanto com uma relação consensual quanto com um estupro. A ausência de danos nas roupas da jovem e a falta de sinais de violência no carro, de acordo com a perícia, também pesaram como dúvidas.

O crime, segundo a denúncia, teria ocorrido em 5 de janeiro, após uma festa em Goiânia. O delegado, a miss trans e outra mulher seguiram juntas no carro de Kleyton após o evento. No caminho, a vítima afirmou que foi forçada a praticar sexo com o delegado. Em sua defesa, Kleyton sustentou que a relação foi consensual.

O caso, que teve grande repercussão, continua em aberto, com a possibilidade de recurso pelo Ministério Público e pela defesa da vítima. Procurada pelo Diário de Goiás, a Polícia Civil de Goiás ainda não se manifestou se já foi notificada para o retorno de Dias ao cargo.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.